Oposição ameaça não indicar membros para CPI mista dos Cartões Corporativos

Tucanos e democratas querem que base governista entregue presidência ou relatoria da comissão

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A CPI mista (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Cartões Corporativos foi criada oficialmente na última quinta-feira (21) pelo presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN). Entretanto, a oposição ameaça não indicar membros para a comissão caso não conquiste a presidência ou a relatoria da CPI.

O PMDB, legenda com maior bancada da Câmara, tem direito a indicar o presidente da comissão e pode também indicar o relator do processo, desde que este não seja da mesma legenda.

Aproveitando a situação, a base governista listou seus representantes. O senador Neuto de Conto (PMDB-SC) foi indicado para a presidência, enquanto a relatoria foi cedida aos petistas, segunda maior bancada, que deverá ser ocupado pelo deputado Luiz Sérgio (PT-RJ).

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Por sua vez, DEM e PSDB reivindicam um dos cargos porque, segundo eles, reúnem o segundo maior bloco partidário no Senado e afirmam que não indicam ninguém enquanto um dos cargos na mesa diretora não lhes for entregue. Além disso, ameaçam criar uma CPI exclusiva no Senado.

Entrega de cargo poderia rachar base governista

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) ouviu em conversas com o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, que as negociações estão abertas, mas que não devem ser alteradas por enquanto.

Os governistas se esforçam para não ceder um dos cargos na mesa de comando da CPI mista, o que, segundo especulações, racharia a base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Como funciona a comissão

O requerimento de abertura de CPI mista enviado pelo próprio governo pede a investigação do uso dos cartões corporativos nos governos federais desde 1998, ano do segundo mandato de FHC.

Além dos cargos de relator e presidente da comissão, a comissão contará com 24 integrantes, sendo 12 deputados e outros 12 senadores, indicados conforme proporcionalidade de bancadas. O PMDB, por exemplo, terá três vagas entre os senadores e mais duas entre os deputados.

As legendas têm até a próxima quarta-feira (27) para listar seus representantes.