O resumo das 24 horas de Temer e os motivos pra alta da bolsa em meio ao caos político

Protestos, manobras políticas e muita pressão marcaram a quarta-feira do presidente; o dia também foi de vitórias

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Desde a delação dos donos da JBS, a vida de Michel Temer na presidência não está sendo nada fácil. E a última quarta-feira (24) tivemos mais um capítulo desta saga para manter-se no poder em meio a tanta pressão.

O dia começou com com o presidente perdendo dois de seus assessores mais próximos – Tadeu Filippelli e Sandro Mabel – e o cenário foi ficando cada vez mais nebuloso com os protestos em frente a Esplanada. O ato, que reuniu no seu ápice 35 mil pessoas, de acordo com estimativa da Polícia Militar de Brasília, foi marcado pela violência. Segundo informações, foram 7 presos, 49 feridos e um rastro marcante do que foi a violência dos protestos.

Foram registrados focos de incêndio nos Ministérios da Agricultura, Planejamento e Cultura. Em meio a todo tumulto, a Esplanada foi evacuada e a batalha campal perdeu o controle, até que, durante a tarde, Temer convocou as tropas federais para Brasília para conter o que chamou de “baderna”.

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Temer recebeu diversas críticas pelo uso das Forças Armadas para conter os protestos e justificou que o efetivo da Força Nacional não era suficiente para atender ao pedido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que enviou o ofício solicitando o reforço. O decreto assinado pelo presidente autorizou o uso das Forças Armadas no Distrito Federal por uma semana.

Enquanto isso…
Durante todo esse hecatombe e o aumento da pressão para o “Fora Temer”, a Polícia Federal solicitou à defesa do presidente Michel Temer uma data para que ele possa prestar depoimento, de acordo com documentos protocolados pelos advogados de Temer no STF (Supremo Tribunal Federal).

Logo após, por volta das 19h00, horário de Brasília, o ministro do STF, Edson Fachin, assinou despacho em que afirma que, no âmbito do inquérito contra o presidente Michel Temer, a única diligência autorizada por ele junto à Polícia Federal é a perícia na gravação de Joesley Batista.

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Parecia que o cerco estava cada vez mais fechado para Temer, até que, horas depois do despacho de Fachin, a bancada do PSDB na Câmara dos Deputados decidiu permanecer na base do governo. Tasso Jereissati, que assumiu o comando do partido com o afastamento de Aécio Neves, afirmou que a sigla não tomará nenhuma decisão de “maneira açodada”, mas tudo pode mudar de acordo com o desempenho do governo diante da crise, afirmou o deputado federal Ricardo Trípoli.

O apoio do partido deu uma sobrevida para o presidente, mas o que de fato pode ser considerado uma vitória para Temer desenrolou na virada de quarta-feira. Segundo informações do O Globo, Fachin desautorizou a Polícia Federal de convocar Temer para prestar depoimento na investigação que apura a delação da JBS.

E na madrugada, com a ausência de deputados da oposição por conta dos protestos, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou seis MP´s (Medidas Provisórias) que trancavam a pauta de votações, em mais uma medida política articulada no dia. 

Dia promete ser agitado
As primeiras notícias do dia dão conta que será mais um dia agitado para o presidente. Segundo o jornal ‘Folha de S. Paulo’, a PGR (Procuradoria-Geral da República) pode pedir ao STF uma nova abertura de inquérito sob suspeita de tráfico de influência com base em conversa gravada do presidente com o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). Loures inclusive, segundo informações do Valor Econômico, sinalizou à PGR que pode delatar uma “conversa” sobre a situação do ex-assessor especial do presidente Michel Temer.

Além disso, o presidente deve-se reunir ainda nesta manhã com ministros para avaliar se revoga o decreto que convocou as Forças Armadas por uma semana. A medida de Temer foi muito criticada na quarta-feira e foi interpretada como uma estratégia política para se manter no poder.

Nesta quinta-feira também, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), entrega na Câmara dos Deputados o pedido de impeachment de Michel Temer formulado no último domingo (21). A comissão especial da entidade disse que o presidente deve ser afastado por ter cometido crime de responsabilidade.

Por fim, crescem a cada dia as articulações para a substituição do presidente. Nas negociações, estão agora envolvidos diretamente três ex-presidentes: Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e José Sarney, de acordo com informações da Folha de S. Paulo. Já o Valor Econômico destaca que há um impasse na sucessão de Michel Temer e aumentam as dúvidas quanto ao prosseguimento da reforma da Previdência, na hipótese de renúncia. A relação dos cotados, que já foi mais extensa, concentra-se em três nomes – Tasso Jereissati (PSDB-CE), Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim. Ao afunilar a lista de possíveis candidatos, começam a surgir, também, os vetos.

ANÁLISES DO MERCADO

1) “Há futuro sem Temer”
Resumo:
Economistas, cientistas políticos e analistas de investimentos explicam porque o mercado tem dado o “benefício da dúvida” ao avanço das reformas econômicas, mesmo com Michel Temer passando por sua maior crise desde que assumiu a presidência – e também sem saber se manterá no cargo máximo da República:
Opinião da LCA – “o desenvolvimento dos últimos dias reforçaram a perspectiva de preservação das diretrizes atuais de política econômica”. Por isso, o mercado tem mostrado este pragmatismo: com ou sem Temer, o foco está nas reformas – e a manutenção de Temer deve deixar isso ainda mais difícil.
Christopher Garman (Eurasia) – é mais provável que surja um nome de consenso da própria base governista atual, que é majoritária no Congresso. Ou seja: agenda de reformas seria preservada.

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2) Os cenários para o “Brasil sem Previdência”

Resumo: Durante o 10º Value Investing Brasil, realizado em São Paulo na terça-feira (23), gestores investimentos desenharam quais os cenários possíveis para o Brasil caso a Reforma da Previdência de fato não seja aprovada. Luiz Fernando Figueiredo, da Mauá Capital, acredita que o País entendeu que precisamos de soluções – ou seja, algo será anunciado para suprir a falta da reforma. Já Flavio Sznajder, da Bogari Capital, vê o “fim do JCP” (juros sobre capital próprio) como uma das saídas para o governo tentar fechar suas contas – e tal medida teria impacto principalmente nas ações de bancos.

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3) BTG Pactual: novo alvo do Ibovespa é de 52 mil pontos
Resumo: Equipe de análise do BTG revisou o cenário para Ibovespa, afirma que “é altamente improvável que a reforma da previdência seja votada e aprovada antes das eleições de 2018” e sua a carteira de ações recomendada para Brasil colocando 4 ações “dolarizadas” dentre os 10 papéis do portfólio (Embraer, Suzano, Minerva e Klabin).

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