Na hora do voto, eleitor pensa no bolso, diz especialista

Fenômeno é mais presente nos extratos sociais mais humildes da população; eleitor de classe alta considera lazer e trânsito

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SÃO PAULO – Na opinião do consultor político e professor da USP (Universidade de São Paulo), Gaudêncio Torquato, nas eleições municipais, na hora do voto, o eleitor brasileiro opta pelos candidatos que trazem mais propostas que o beneficiem diretamente.

“O eleitor brasileiro vota realmente no candidato que tem melhores propostas para seu bolso e estômago. Nas eleições municipais, ele observa quem poderá atingir seus interesses básicos, imediatos, o que poderá melhorar no seu dia-a-dia. Aqui, ele não está preocupado com a conjuntura nacional”, diz.

Torquato afirma que o fenômeno é mais presente nos extratos sociais mais humildes da população, que dependem mais dos serviços públicos. Segundo ele, campanhas que foquem em transporte público mais barato e rápido ou em um sistema de saúde mais eficiente, por exemplo, atraem mais este eleitor.

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Já o eleitor das classes com maior poder aquisitivo é atraído por propostas relacionadas a trânsito, lazer e estrutura urbana. “Este eleitor quer uma cidade mais rápida, com mais parques e mais bonita”, explica.

Serviços

De acordo com estudo realizado pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), em 2008, o brasileiro de classe média (rendimentos mensais entre R$ 3 mil e R$ 10 mil) terá 32% de sua renda comprometida com a contratação de serviços privados em substituição àqueles que deveriam ser fornecidos pelo governo.

Comparando-se o momento atual com a década de 1970, por exemplo, quando 7% da renda era suficiente para a aquisição de serviços, este número é 4,68 vezes superior.

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Entre os serviços que deveriam ser oferecidos com qualidade pelo Poder Público, mas que o brasileiro se vê cada vez mais obrigado a contratá-los, e que pesam demasiadamente no bolso consumidor, estão os relacionados com educação, cujo percentual de gasto equivale a 13,34% dos rendimentos dos trabalhadores.

Em seguida, estão os serviços de saúde (10,97%), segurança (4,98%), previdência (2,20%) e pedágios (0,57%).

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