Na Embraer, Lula diz que frota de aviões “está muito ruim”: “Precisamos comprar mais”

Em visita à sede da Embraer, em São José dos Campos (SP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a ampliação dos voos regionais pelo Brasil, como forma de incentivar o turismo interno do país

Fábio Matos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em visita à sede da Embraer (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em visita à sede da Embraer (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta sexta-feira (26), a ampliação dos voos regionais pelo Brasil, como forma de incentivar o turismo interno do país. O petista participou de um evento na sede da Embraer, em São José dos Campos (SP), que marcou a entrega de uma aeronave da companhia vendida à Azul.

Lula esteve ao lado do presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, e também de dirigentes da Azul, a única companhia aérea brasileira que opera os jatos comerciais de última geração da Embraer.

Em seu discurso, Lula reclamou da falta de qualidade da frota de aviões no país e cobrou do governo e das empresas do setor uma mudança de comportamento. Segundo o presidente, é preciso encontrar uma forma de convencer as pessoas a viajarem pelo Brasil.

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“Temos de trabalhar para que a Gol volte a comprar avião da Embraer, para que a Latam volte a comprar avião da Embraer, para que o governo volte a comprar os aviões que precisa comprar, para renovar a frota… Está muito ruim a frota de avião. Nós precisamos comprar mais”, criticou Lula.

“A gente precisa intermediar. Em vez de viajar para ver o Museu do Louvre, em Paris, em vez de viajar para Disney, que é muito importante, era preciso que o nosso povo conhecesse o Brasil”, prosseguiu.

“Nós – governo, empresários, ministros – temos culpa. Se a gente não falar e não despertar na cabeça das pessoas a ideia de elas conhecerem o seu país, elas não vão”, cobrou Lula. “É preciso que comecemos a mudar os discursos da Embratur, do Ministério do Turismo, do presidente da Gol, do presidente da Embraer, do ministro da Fazenda. Nós temos de mostrar a necessidade de conhecermos as coisas.”

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Reforma tributária pode ajudar, diz Haddad

Acompanhando Lula nas agendas desta sexta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que a reforma tributária aprovada no fim do ano passado pelo Congresso Nacional ajudará o setor aéreo no país. Nesta semana, Haddad entregou ao Legislativo o primeiro projeto de regulamentação da reforma.

“A reforma tributária, cuja regulamentação foi entregue nesta semana ao Congresso Nacional, prevê um fortíssimo estímulo para a aviação regional. Nós vamos fazer chegar ao Congresso as sugestões para que a aviação regional, que tem alíquota diferenciada, possa passar a fazer parte do dia a dia do brasileiro”, garantiu Haddad.

“Os planos da Embraer preveem uma geração recorde de empregos. É uma companhia que produz uma coisa que impressiona o mundo. Mostra que o brasileiro tem toda a condição de agregar valor e conhecimento à produção”, concluiu o ministro da Fazenda.

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No ano passado, a Embraer entregou 13% a mais de aeronaves em relação a 2022, aumentando sua receita em 16%. Foi a maior rentabilidade da companhia dos últimos 5 anos, o que a fez retomar níveis de emprego registrados antes da pandemia de Covid-19.

Indústria “para a paz, não para a guerra”

Antes do compromisso na Embraer, Lula visitou a sede do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), também em São José dos Campos. Ele foi recebido pelo comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, entre outras autoridades.

A comitiva presidencial fez uma visita ao Laboratório de Preparação e Integração do Instituto de Aeronáutica e Espaço, onde ocorreu uma apresentação do projeto do motor turbojato TR-5000 – turbina a jato 100% nacional. No mesmo evento, foi inaugurado o Bloco I do alojamento estudantil H8, com capacidade para 80 estudantes. A estrutura faz parte do projeto de expansão do ITA.

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“Nós precisamos ter uma indústria de defesa muito forte para que a gente não fique dependendo de ninguém. Um país do tamanho do Brasil não pode ficar dependendo de tecnologias de países inferiores ao Brasil”, disse Lula.

“Nós temos condições de ser uma grande nação na área da defesa para construir a paz, não para fazer guerra”, prosseguiu o presidente. “Uma indústria de defesa é para as pessoas saberem que o Brasil está preparado e que, através dessa indústria de defesa, a gente pode ter projetos e pode ter decisões científicas e tecnológicas para ajudar outros ramos da indústria brasileira.”

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Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”