Publicidade
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), evitou responder nesta terça-feira sobre o pedido de cassação do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). O chefe da Casa não comentou se a medida será decidida pela Mesa Diretora da Câmara ou se irá passar por votação no plenário.
– Quando chegar eu vou analisar e vou responder para vocês. Vamos aguardar – disse Motta.

Moraes aciona Câmara para oficializar perda de mandato de Alexandre Ramagem
Deputado do PL, condenado por participação na trama golpista, está nos EUA e é alvo de prisão preventiva decretada pelo STF

Ramagem liga para ‘se desculpar’ por não avisar de fuga para os EUA, diz líder do PL
Deputado Sostenes diz que só foi informado oficialmente quando recebeu telefonema do colega já em solo americano
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou mais cedo nesta terça que a Câmara deve ser comunicada da perda de mandato do deputado. A medida faz parte da condenação de Ramagem na ação penal da trama golpista.
Continua depois da publicidade
De acordo com Moraes, a cassação deverá ser declarada pela Mesa da Câmara. Pela Constituição, quando um parlamentar é condenado a pena superior a 120 dias em regime fechado — como é o caso de Ramagem — a Mesa Diretora da Câmara pode declarar a perda do mandato por simples ato administrativo, sem necessidade de votação no plenário.
Esse foi o caminho adotado, por exemplo, em 2017, no caso do então deputado Paulo Maluf, cujo mandato foi declarado vago diretamente pela Mesa.
Entretanto, entre governistas há o temor de que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), repita o procedimento aplicado recentemente à deputada Carla Zambelli (PL-SP).
Naquele caso, Motta não seguiu a via administrativa e decidiu enviar o processo para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o que abre uma tramitação mais longa: relatório, possibilidade de recursos, prazos extensos e, ao final, necessidade de uma votação no plenário, que exige 257 votos para confirmar a cassação.
Ramagem está nos Estados Unidos e sua prisão preventiva já havia sido decretada por Moraes. Agora, o ministro determinou o inicio do cumprimento da pena. O deputado foi condenado pelo STF, em setembro, a 16 anos e um mês de prisão. Por estar foragido, Moraes determinou que o nome de Ramagem seja inserido no Banco Nacional do Monitoramento de Prisões (BNMP), que é um sistema que consolida dados sobre pessoas presas, procuradas e submetidas a medidas penais.
Os dados são produzidos e atualizados em tempo real diretamente pelo Poder Judiciário, em todo o território nacional, para subsidiar medidas de segurança pública e judiciárias.
Continua depois da publicidade
Alexandre Ramagem foi condenado em razão de sua atuação no governo Bolsonaro como diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Para a maioria dos ministros da Primeira Turma do STF, ele utilizou o cargo para auxiliar os ataques de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas.