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SÃO PAULO – Apesar do novo governo ainda não ter uma agenda definida, Jose Eduardo Cardozo, membro da equipe de transição da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), afirma que não há com o que se preocupar. Afinal, o governo da sucessora de Lula será baseado na continuidade e aprofundamento das melhoras feitas pelo presidente, disse Cardozo.
Cotado como possível candidato para o Ministério da Justiça, Cardozo falou a uma plateia de executivos em evento promovido pela Economist em São Paulo. Questionado algumas vezes sobre a falta de clareza dos objetivos do novo governo, ele afirmou que a transição começou apenas na segunda-feira (8), então não há como ter decisões fechadas.
“Mas não há porque não deduzir agora o caminho do governo e como ele será. Não vejo porque se preocupar”, destacou. Segundo ele, a composição política e as linhas do governo não devem mudar muito, como já espera o mercado.
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Cortes , Selic e reforma
Questionado, Cardozo afirmou que a decisão de onde virão os cortes nos gastos públicos não cabe a ele, mas sim ao novo governo. “Temos uma visão de erros passados, que não se repetirão”, disse, batendo na tecla de uma gestão financeira responsável e sustentável. “Sabemos os malefícios da irresponsabilidade fiscal”, destacou. “É ruim e não contribui com o desenvolvimento”.
Exaltando a gestão de Henrique Meirelles à frente do Banco Central e a importância da autonomia operacional da instituição, Cardozo afirmou que a Selic é “um assunto complexo”, e que deve ser considerado em um contexto de desenvolvimento sustentável e com taxas elevadas. “Teremos prudência, seguindo os passos do governo Lula”, afirmou.
Já sobre a tão esperada reforma política do País, Cardozo disse que o sistema político brasileiro é maléfico, e classificou sua reforma como necessária – entretanto, não garantiu que ela saia no governo de Dilma.
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A volta da CPMF
Ele também abordou a recentemente levantada questão da volta da CPMF. Segundo ele, apesar da menção ao assunto não ter partido de Dilma, o financiamento da saúde é uma questão real e que tem que ser resolvida em breve.
“Vamos conversar e debater. É preciso discutir de onde vem o dinheiro para a saúde”, completou. Assim como na campanha da ex-ministra da Casa Civil, Cardozo classificou a saúde, a educação, a segurança pública como prioridades, ao lado da infraestrutura. “A infraestrutura é chave. O Brasil não pode perder a oportunidade que tem agora”, disse.
De onde vem?
Cardozo, contudo, não respondeu exatamente de onde virá o dinheiro para os investimentos tão necessários. “Não há porque duvidar das afirmações de Dilma sobre a não elevação de tributos”, explicou. Sem mais detalhes se uma queda dos juros era possível logo no início do governo, ele afirmou acreditar que o “Brasil tem a potencialidade financeira necessária” para garantir seu crescimento e os investimentos.
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Um ponto ressaltado por Cardozo foi a melhoria na gestão dos gastos públicos, fazendo um controle de qualidade dos serviços públicos, implementando melhorias para combater “desperdícios e irracionalidades”. “Temos esse compromisso”, frisou.
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