Mantega: que crise é essa, com quase pleno emprego, alta da Bolsa e estabilidade cambial?

Ministro da Fazenda disse ontem que é "inadequado" falar que a economia brasileira passa por uma crise ou mesmo está estagnada e há indícios de que a economia voltará a crescer na segunda metade do ano

Lara Rizério

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse na noite de ontem (25) que é “inadequado” falar que a economia brasileira passa por uma crise ou mesmo está estagnada. “Que crise é essa com quase pleno emprego, com valorização da Bolsa [de Valores] há mais de seis meses e com estabilização cambial, entre outros atributos?”, enfatizou ao discursar em uma premiação a empresários promovida pelo jornal Valor Econômico, na capital paulista.

De acordo com o ministro, já existem indícios de que a economia voltará a crescer na segunda metade do ano. “Após a desaceleração do segundo trimestre, já está sendo detectada neste segundo semestre a recuperação do nível de atividade. Nestas circunstâncias, podemos falar em crescimento moderado”, avaliou. “É inadequado falar em estagnação, em recessão e, muito menos, em crise da economia brasileira”.

A recuperação foi possível, segundo Mantega, após a desaceleração da inflação que permitiu que o Banco Central afrouxasse a política monetária. “Com a inflação em queda livre e o IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo] tendo chegado a praticamente zero em julho, iniciou-se a descompressão da política monetária”. 

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Os aumentos da taxa básica de juros e outras medidas tomadas pela autoridade monetária foram, de acordo com Mantega, necessários para combater a alta dos preços, impulsionada pela estiagem de 2013. “A política monetária foi um sucesso como instrumento para combater a pressão inflacionária, mas resultou na queda vertiginosa no crédito às empresas e aos consumidores”, ressaltou.

Apesar da queda no crescimento, Mantega acredita que o país teve um bom desempenho e superou o momento adverso causado, principalmente, pela turbulência no cenário internacional. “Não se pode negligenciar o fato de que vivenciando uma crise internacional tão grave quanto a de 1929 e o Brasil tenha se saído tão bem em comparação com as crises do passado”, analisou.

“Apostamos na queda dos juros, na redução de tributos, mantivemos o câmbio flutuante evitando o excesso de valorização do Real”, citou sobre as medidas tomadas para combater os efeitos da crise. Mesmo assim, Mantega ressaltou que o governo não abriu mão do sistema de metas de inflação e da sustentabilidade macroeconômica. “Temos cumprido à risca as metas de inflação, pois não ultrapassamos o limite superior da meta nenhuma vez nos últimos dez anos”, enfatizou.

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O discurso do ministro foi uma resposta a críticas que as decisões tomadas pelo governo na área da economia vem recebendo de jornalistas, economistas e analistas econômicos e de mercado. Para Mantega, frente à crise, o Brasil teve um bom desempenho na comparação com outros países do G-20, com desaceleração menor do que China e Índia. Vale ressaltar que, em junho do ano passado, Mantega adotou um discurso parecido após reunião com Dilma Rousseff questionando aos jornalistas: crise, que crise?

Os empresários presentes no evento ressaltaram ainda que, não importa o resultado da eleição presidencial, o próximo ano deverá assistir a um aumento nos investimentos do setor privado. 

(Com Agência Brasil)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.