Magno Malta tem motivos para não ser vice de Bolsonaro; entenda

Pesquisas indicam que senador tem boas chances de se reeleger, o que pode incentivar o voo solo

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Há incentivos relevantes a uma possível candidatura de Magno Malta (PR-ES) à reeleição no Senado, a despeito dos esforços do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) em tê-lo como vice em uma chapa para a corrida presidencial. Tal cenário chegou a ser tratado como certo pela imprensa após declarações do próprio senador apontarem para um voo solo mais seguro e ocorre em meio a intensas negociações entre os partidos para as eleições.

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Levantamento feito pelo instituto Paraná Pesquisas, entre 28 de junho e 3 de julho, mostra que Malta lidera a disputa pelo Senado Federal no Espírito Santo, com grandes chances de ser um dos dois nomes escolhidos em outubro para representar o estado pelos próximos oito anos na casa legislativa.

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De acordo com a pesquisa, o parlamentar tem 40,6% das intenções de voto quando cada entrevistado pode escolher até dois nomes, contra 32,7% de Amaro Neto e 29,3% de Ricardo Ferraço. A margem de erro aproximada é de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. Os detalhes da pesquisa estão no gráfico:

magnomalta
Fonte: Paraná Pesquisas, ES-02366/2018

Além dos incentivos particulares de Magno Malta para disputar a reeleição no Senado, o parlamentar, mesmo se quisesse compor com Bolsonaro, dependeria da disposição de seu partido. Embora muitos correligionários simpatizem com a figura do deputado, em função de um potencial para ajudar nas candidaturas para as eleições proporcionais, um acerto do PR com o candidato do PSL não pode ser visto como certo.

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Apesar de liderar a corrida presidencial nas simulações sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro deverá enfrentar dificuldades em função da frágil estrutura partidária, da exposição limitada em rádio e televisão e dos baixos recursos para campanha. É por isso que a campanha do deputado flerta com uma aliança com o PR neste momento.

Nas atuais condições, Bolsonaro teria direito a 3 segundos dentro de um total de 12 minutos e 30 segundos por bloco de propaganda em rede nacional. Com eventual apoio do PR, sua exposição saltaria para 50 segundos.

O cenário, no entanto, ainda é marcado por ampla indefinição. Se por um lado, as indicações são de uma chapa Bolsonaro-Malta mais distante, com o próprio Bolsonaro reconhecendo que o “casamento” com o senador é hoje um cenário menos provável, por outro, parte significativa da bancada do PR na Câmara é adepta a uma aliança com o capitão do Exército na reserva.

Para Ricardo Ribeiro, analista político da MCM Consultores, um acordo é possível mesmo com desistência do senador em compor uma chapa. “Sem Magno Malta, eu não descartaria totalmente um acordo com o PR, mas o partido também está sendo cortejado pelo PT e pelo ‘blocão'”, observou.

“Para Bolsonaro, o importante não é Magno Malta, mas o PR, para conquistar tempo de propaganda em rádio e TV e um pouco de time partidário, senão fica mais complicado sustentar uma candidatura presidencial”, complementou o especialista. O deputado tem eleitorado cativo mais exposto às redes sociais, mas já deu indicações de preocupação com a falta de exposição nos meios tradicionais.

E não é para menos. Segundo levantamento feito entre 2 e 4 de julho pelo Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas), por encomenda da XP Investimentos, 35% dos eleitores dizem que a televisão será o meio com maior influência sobre suas escolhas de voto. A internet e as redes sociais, por outro lado, foram apontados como principais influenciadores na escolha dos candidatos por 20% dos entrevistados.

Um cruzamento dos dados com as intenções de voto dos eleitores mostra que Bolsonaro é o candidato mais exposto ao grupo que vê a internet e as redes sociais como os principais fatores a influenciar suas decisões de voto. 30% de quem hoje declara voto no pré-candidato do PSL se diz mais influenciado por essas novas plataformas.

As expectativas de pouco tempo nas mídias tradicionais incentivam uma estratégia digital, mas também distanciam o parlamentar de determinadas faixas de eleitores. Apesar da influência das redes sobre o voto de parcela significativa, 33% dos que hoje apoiam Bolsonaro admitem que a televisão será o principal fator a pesar sobre suas escolhas.

Com pouca exposição nos meios tradicionais, o militar na reserva pode ser alvo de ataques de adversários e ter pouco espaço para defesa. Isso poderia favorecer uma erosão de votos em certos grupos. Se não fechar com o PR e for mesmo para a campanha com menos de 10 segundos de exposição no horário eleitoral, tais riscos associados a um trabalho de desconstrução de sua imagem na propaganda eleitoral aumentam.

Nos últimos dias, tal qual outros partidos do chamado “centrão”, o PR intensificou o diálogo com candidatos à presidência. Além do tempo de televisão, o partido conta com a filiação do empresário Josué Gomes, da Coteminas, que atrai interesses diversos para ocupar a posição de vice em uma chapa presidencial. Segundo levantamento feito pelo instituto DataPoder360, em Minas Gerais, se o filho do ex-vice-presidente José Alencar fosse candidato a presidente, seu potencial de voto seria de 28%.

Enquanto o “namoro” de Bolsonaro com o PR está em banho-maria, crescem as especulações de um “plano B” para compor a chapa do deputado: a bola da vez nas especulações seria a advogada Janaína Paschoal. Na última quarta-feira, o PSL usou sua página oficial no Twitter para levantar o balão de ensaio.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.