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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar duramente as ações de Israel na Faixa de Gaza, classificando-as como genocídio. Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (3), no Palácio do Planalto, Lula afirmou que “o que está acontecendo em Gaza não é uma guerra. É um exército matando mulheres e crianças”.
As declarações foram uma resposta à nota divulgada pela Embaixada de Israel no Brasil, que acusou o presidente de alimentar o antissemitismo com suas críticas. Lula rebateu dizendo que “um presidente da República não responde a uma embaixada” e reafirmou suas posições anteriores.

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O presidente também mencionou críticas internas em Israel às ações militares na região. Segundo ele, “gente do povo de Israel” e até “mil militares” já denunciaram que o que ocorre em Gaza é um genocídio.
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Lula destacou que o Brasil reconhece o Estado palestino desde 2010 e defendeu a implementação da solução de dois Estados, com base nas fronteiras de 1967. Ele afirmou que “só haverá paz quando o palestino tiver direito ao seu Estado, à terra demarcada”.
O presidente também criticou a expansão de assentamentos israelenses na Cisjordânia e acusou o governo de Israel de tratar os palestinos como “cidadãos de segunda classe”.
Em relação à sua agenda internacional, Lula confirmou que discutirá a situação em Gaza com o presidente francês, Emmanuel Macron, durante visita à França ainda nesta semana. Ele também mencionou a possibilidade de participar da cúpula do G7, dependendo de sua agenda.
Mortes em Gaza
As declarações de Lula ocorrem pouco depois de autoridades de saúde de Gaza relatarem que pelo menos 27 palestinos foram mortos e dezenas ficaram feridos por disparos israelenses perto de um local de distribuição de alimentos no sul da Faixa de Gaza. Este é o terceiro dia consecutivo de caos em meio à operação de ajuda humanitária.
Os militares israelenses afirmaram que suas forças abriram fogo contra um grupo de pessoas que deixou as rotas de acesso designadas próximas ao centro de distribuição em Rafah e se aproximou de suas posições. Eles acrescentaram que ainda investigam o ocorrido.
As mortes aconteceram horas depois de Israel informar que três de seus soldados morreram em combates no norte da Faixa de Gaza, enquanto suas forças avançavam em uma ofensiva de meses contra os militantes do Hamas.