Lula diz que repetiria comparação da guerra em Gaza com Hitler contra judeus

Lula diz que repetiria comparação da guerra em Gaza com Hitler contra judeus

Equipe InfoMoney

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (27) que a guerra que Israel promove na Faixa de Gaza é contra mulheres e crianças e que repetiria a declaração em que comparou o confronto atual com o assassinato em massa de judeus, promovido pelo ditador alemão Adolf Hitler, durante a Segunda Guerra Mundial.

“Eu diria a mesma coisa. Porque é exatamente o que está acontecendo na Faixa de Gaza. A gente não pode ser hipócrita de achar que uma morte é diferente da outra”, afirmou Lula durante entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da RedeTV!, em trecho divulgado pelo portal de notícias UOL. A íntegra irá ao ar hoje à noite.

“Você não tem na Faixa de Gaza uma guerra de um Exército altamente preparado contra um Exército altamente preparado. Você tem, na verdade, uma guerra de um Exército altamente preparado contra mulheres e crianças… Quantas pessoas do Hamas já foram apresentadas mortas?”, questionou o presidente brasileiro.

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A declaração original foi feita por Lula em Adis Abeba, capital da Etiópia, no dia 18. Na ocasião, o presidente brasileiro comparou a ação de Israel em Gaza ao Holocausto e disse não haver na história episódio como o conflito atual, exceto “quando o Hitler resolveu matar os judeus”.

Lula criticava países desenvolvidos por reduzirem ou cortarem a ajuda humanitária na região e disse que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum momento histórico”. “Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”.

Crise diplomática

A declaração gerou uma crise diplomática entre Brasil e Israel. No mesmo dia, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que Lula “cruzou uma linha vermelha” e que a declaração era “vergonhosa e grave”. “Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender”, afirmou Netanyahu.

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Na sequência, o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, afirmou que o presidente brasileiro havia se tornado “persona non grata em Israel até que retire o que disse”. Dias depois, o chanceler chamou a comparação de Lula de “promíscua” e “delirante” e questionou: “Como ousa comparar Israel a Hitler?”.

O embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, também sofreu uma reprimenda no Memorial do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém. Mas Lula não se retratou, e o governo brasileiro decidiu chamar Meyer para consultas e convocar o embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, para dar explicações. Além disso, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, criticou a postura do seu colega israelense.

“Holocausto foi interpretação”

Lula disse que não usou a palavra Holocausto em sua declaração na Etiópia, mas que não esperava que o governo de Netanyahu, a quem se referiu como “o cidadão” na entrevista a Alencar, compreendesse sua fala. “Eu nem quis dizer a palavra Holocausto. Holocausto foi interpretação do primeiro-ministro de Israel, não foi minha. A segunda coisa é o seguinte: morte é morte”.

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“Eu não esperava que o governo de Israel fosse compreender [a declaração]. Eu não esperava porque eu conheço o cidadão historicamente já há algum tempo, eu sei o que ele pensa ideologicamente”, afirmou o presidente brasileiro, dando a entender a posição política de Netanyahu, que tem um governo de coalização com a extrema-direita em Israel.

Na noite de sexta-feira (23), Lula já havia voltado a dizer que guerra em Gaza era genocídio e responsabilizado o governo israelense pela morte de quase 30 mil civis palestinos, principalmente mulheres e crianças. “São milhares de crianças mortas e desaparecidas. E não está morrendo soldado, estão morrendo mulheres e crianças dentro de hospital. Se isso não é genocídio, eu não sei o que é genocídio”, afirmou durante discurso no lançamento do programa Petrobras Cultural, no Rio de Janeiro.

Israel iniciou uma ampla ofensiva por terra e ar em Gaza em outubro, após o Hamas matar 1,2 mil pessoas e sequestrar outras 253 em território israelense. Desde então, os ataques israelenses devastaram o enclave palestino, matando mais de 29 mil pessoas e forçando a maioria dos 2 milhões de habitantes de Gaza a deixarem suas casas. Já o Holocausto nazista matou 6 milhões de judeus durante Guerra Mundial.

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(Com Reuters)

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