Lula diz que sua eleição atrairá investimentos estrangeiros ao país

O ex-presidente voltou a prometer investir em infraestrutura e retomar obras paradas para gerar empregos

Fábio Matos

O ex-presidente e candidato Luiz Inário Lula da Silva (PT) vota em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, neste domingo (2), no primeiro turno das eleições de 2022 (Foto: DANILO M YOSHIOKA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira que sua eleição ao Palácio do Planalto é a melhor chance que o Brasil tem de voltar a atrair investimentos estrangeiros, e que qualquer comparação entre seus governos e o do atual presidente de Jair Bolsonaro (PL) é positiva para ele.

“Eu eleito presidente da República sou a primeira chance de trazer investimentos diretos do estrangeiro no Brasil. Não para comprar nossas empresas, mas para fazer obras, gerar empregos novos, para que a gente garanta oportunidades novas”, disse Lula em entrevista à Super Rádio Tupi, do Rio de Janeiro.

O ex-presidente voltou a prometer investir em infraestrutura e retomar obras paradas para gerar empregos, caso vença Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial em 30 de outubro.

Em uma investida para aumentar sua votação na Região Sudeste, Lula está ainda nesta segunda em Minas Gerais, onde fez uma caminhada em Belo Horizonte no domingo, e na terça e na quarta-feira irá ao Rio de Janeiro, onde fará caminhadas em Belford Roxo, na terça, e no complexo do Alemão, na quarta.

FHC, Tebet e Ciro

Durante a entrevista, Lula também comentou os apoios que recebeu do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), da senadora Simone Tebet (MDB-MS) e do ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE) – os dois últimos, candidatos derrotados no primeiro turno das eleições.

Segundo o petista, as declarações de apoio dessas lideranças políticas são importantes para aumentar as chances de vitória contra Bolsonaro.

“[Os apoios] Representam aumentar a quantidade de votos que você teve. Significam facilitar a possibilidade de eu ganhar as eleições com uma diferença maior no segundo turno”, afirmou Lula.

Na sexta-feira (7), Tebet e Lula estiveram juntos para selar o apoio da emedebista à candidatura do PT no segundo turno. A senadora, que teve 4,9 milhões de votos, prometeu “total apoio” à campanha do PT e a um eventual governo, a partir de 2023.

Críticas a Bolsonaro

Lula também criticou Bolsonaro, que atribuiu, em declarações na semana passada, os altos índices de votação do petista no Nordeste às maiores taxas de analfabetismo em alguns estados da região.

“Lula venceu em nove dos dez estados com maior taxa de analfabetismo. Vocês sabem onde ficam esses estados? No nosso Nordeste”, afirmou Bolsonaro em uma transmissão nas redes sociais. “Outros dados econômicos também são inferiores na região, porque esses estados no Nordeste foram administrados pelo PT por 20 anos.”

À Super Rádio Tupi, Lula rebateu dizendo que o presidente “não gosta de nordestino”.

“Esse cara não gosta de mulher, de negro, de indígena, de nordestino… Não é possível que você tenha um presidente da República que fale tamanha asneira quanto a um povo trabalhador como o povo nordestino”, criticou Lula.

*Com Reuters

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Além do InfoMoney, teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”.