Lula defende exploração da Margem Equatorial: “Não quero ser líder ambiental”

"Se eu fosse um líder falso e mentiroso, eu esperaria passar a COP para anunciar", disse, em referência à permissão do Ibama para pesquisa de petróleo na Bacia do Foz do Amazonas

Estadão Conteúdo

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa durante cerimônia no Palácio do Planalto 31 de outubro de 2025 REUTERS/Adriano Machado
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa durante cerimônia no Palácio do Planalto 31 de outubro de 2025 REUTERS/Adriano Machado

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu a exploração de petróleo na Margem Equatorial e negou que queira ser um “líder ambiental”. “Não quero ser líder ambiental, nunca reivindiquei isso”, declarou em entrevista a agências internacionais em Belém (PA), onde será sediada a COP30 neste mês.

“Temos autorização para fazer teste, se encontrar petróleo vai ter que ter nova licença”, afirmou Lula, em relação à permissão do Ibama para pesquisa de petróleo na Bacia do Foz do Amazonas. “Quero fazer o que os especialistas do meu governo e minha consciência dizem o que tenho que fazer”, defendeu.

E acrescentou: “Se eu fosse um líder falso e mentiroso, eu esperaria passar a COP para anunciar. Mas se eu fizesse isso eu estaria sendo pequeno diante da importância do que significa você fazer o teste na Margem Equatorial. Se tiver que explorar, vamos fazer da forma mais cuidadosa que alguém pode fazer.”

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O presidente disse que seria “incoerente” e irresponsável afirmar que “não vamos mais usar petróleo”. “Tem gente que acha que não devemos explorar petróleo em lugar nenhum, isso sim é incoerente, sem apresentar alternativa”, destacou.

“Todo mundo sabe que um dia o petróleo vai acabar. Ninguém no mundo consegue sobreviver sem isso combustível fóssil. Poderemos ser o primeiro de que qualquer país do mundo a abrir mão disso. Mas como chefe de Estado, temos que ter responsabilidade”, enfatizou Lula.