Itaú BBA diz que ainda não é uma boa hora para comprar ações de elétricas

Contudo, corretora acredita que Light e Equatorial ainda podem ser beneficiadas após passar esse momento de cortes nas contas

Rodrigo Tolotti

(Divulgação)

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SÃO PAULO – Após o anúncio feito na última terça-feira (11) sobre a redução de custos no setor elétrico, e a consequente desvalorização das ações das companhias, o Itaú BBA avalia que ainda não é hora de comprar as ações do setor.

Em relatório, os analistas Marcos Severine e Mariana Coelho entendem que mesmo com o anúncio vindo em linha com o esperado pela corretora, o nível de incerteza no cenário é muito alto e, com isso, os efeitos estão longe de estarem precificados.

De acordo com o plano divulgado pela presidente Dilma Rousseff, o preço da energia para o consumidor final sofrerá uma redução de 20,2%. Desse total 7% será da redução ou eliminação dos impostos no setor, enquanto o resto, 13,2%, virá da renovação nas condições das concessões.

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As concessões que expiram até 2017 serão prorrogadas por 30 anos – 20 anos para as térmicas. Mesmo sem um limite de preços de geração ou previsão de corte na receita de transmissão, a MP (Medida Provisória) confirma que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) irá calcular as concessões sem considerar remuneração ou componente de depreciação para ativos não amortizados. A MP também afirma que essa redução nos preços será eficaz no início do próximo ano.

Destaques positivos e negativos
Mesmo esperando um movimento de vendas para as ações das empresas do setor nas próximas semanas, algumas empresas podem abrir oportunidades interessantes. É o caso da Light (LIGT3), que pode relatar das suas dívidas reduzida como consequência da queda das taxas de energia. Enquanto a Equatorial (EQTL3), que não é afetada por essas decisões, pode ser beneficiada caso a Eletrobras (ELET3ELET6) decida vender suas companhias de distribuição.

Por outro lado, Severine e Mariana tomaram como uma má surpresa a inclusão de concessões de geração com vencimento inicial entre 2015 e 2017. Mesmo com direito a extensão no contrato, os analistas do Itaú destacam que isso estará sujeito à condições que serão definidas pelo poder concedente, no caso, o governo federal.

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Entre as empresas que podem ser muito prejudicadas com essas regras, estão a Cemig (CMIG4) e a Cesp (CESP6). A corretora destaca uma possível queda nos ganhos e na distribuição dos dividendos, principalmente da Cemig, já que a exposição da empresa para a questão da renovação passou de 14,8% de sua energia assegurada para 59%.

Para os papéis da Cemig, o Itaú BBA não alterou a recomendação outperform (acima da média do mercado), continuando a ver valor na empresa para médio e longo prazo. Contudo, olhando para o curto prazo, Severine e Mariana recomendam ao investidor aguardar para tomar alguma decisão, já que o cenário atual instável pode causar alterações nas ações a curto prazo.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.