Haddad, Dino e Tebet são os ministros de Lula mais populares na Câmara, diz pesquisa

Levantamento ouviu 185 deputados, respeitando proporcionalidade regional e ideologia dos partidos; Rui Costa e Alexandre Silveira são os mais impopulares

Marcos Mortari

Lula e Fernando Haddad visitam a Unicamp, em Campinas, e conversam com estudantes (Foto: Ricardo Stuckert)

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Uma pesquisa realizada pelo instituto Quaest, divulgada nesta quinta-feira (10) em parceria com a Genial Investimentos, mostrou que o ministro da Fazenda, Fernando Hadddad (PT), é o titular de pasta na Esplanada dos Ministérios mais popular entre os deputados federais da atual legislatura.

Segundo o levantamento, o chefe da equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é avaliado positivamente por 52% dos integrantes da Câmara dos Deputados consultados. No sentido oposto, 20% consideram negativa sua gestão, e 24%, regular.

Na sequência, aparece o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), avaliado positivamente por 48% dos parlamentares entrevistados e negativamente por 34%. Outros 15% consideram a atuação do ex-governador do Maranhão regular.

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A terceira posição é ocupada pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), com 47% de menções positivas, 30% regulares e 20% negativas. Trata-se, junto com Haddad, do menor patamar de rejeição entre os seis nomes de ministros testados pela pesquisa.

Dividindo ideologicamente os parlamentares em função dos partidos que representam, é Dino quem lidera as preferências no campo da esquerda, com 96% de avaliações positivas e nenhuma negativa. Ele, por outro lado, é o mais rejeitado pela direita: 74%.

Já Haddad aparece na segunda colocação entre os ministros mais populares no campo da esquerda, com 83% e 4%, respectivamente. Enquanto Tebet é elogiada por 75% e criticada por 2%. Na direita, os dois são rejeitados por 46% e 42%, respectivamente.

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O levantamento também testou os nomes de dois ministros do Palácio do Planalto e outro titular de pasta na Esplanada dos Ministérios. No primeiro grupo, Alexandre Padilha (PT), chefe das Relações Institucionais, é avaliado positivamente por 41% de todos os parlamentares consultados, e negativamente por 27%. Considerando os dados segmentados, Padilha tem o apoio de 68% na esquerda, 38% no centro e 21% na direita. Já seus índices de reprovação são de 2%, 21% e 51%, na mesma ordem.

Fora da Esplanada, o chefe do Ministério de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), aparece na sequência no ranking de popularidade, com 28% de avaliações positivas entre todos os entrevistados, 36% regulares e 20% negativas. Ele é o menos aprovado pela esquerda: 43% ‒ 5 pontos percentuais a mais do que no centro, enquanto na direita são 13%. Já do lado da rejeição, os índices são, respectivamente, 11%, 28% e 75% nos três grupos.

A lanterna no ranking dos ministros testados pela pesquisa ficou com Rui Costa (PT), chefe da Casa Civil, avaliado positivamente por 25% dos deputados, e negativamente por 41% ‒ outros 28% ficaram em cima do muro. Na esquerda, ele é aprovado por 51% e reprovado por 11%. No centro, são 26% e 28%, respectivamente. Já na direita, o ex-governador da Bahia é aprovado por 3% e reprovado por 75% dos parlamentares entrevistados.

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Foram feitas 185 entrevistas presenciais e online com deputados federais no exercício de seus mandatos. A amostra foi definida com base em estratos de região e posicionamento ideológico dos partidos (esquerda, centro e direita). A margem de erro máxima estimada é de 4,8 pontos percentuais para cima ou para baixo.

O período de coleta ocorreu entre 13 de junho e 6 de agosto, capturando dos extremos da relação de Lula com o Congresso Nacional em seu terceiro mandato. O pior deles, em junho, quando a medida provisória da reestruturação dos ministérios ficou por um fio de perder validade. E o melhor, a partir de julho, após a aprovação do novo marco fiscal e da reforma tributária ‒ pautas prioritárias da agenda econômica.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.