Guerra de comunicação, militares e BPC: as opiniões de Rodrigo Maia sobre 7 pontos relacionados à reforma da Previdência

Para presidente da Câmara dos Deputados, governo largou atrás na disputa de narrativas e terá de mobilizar base se quiser aprovar a reforma ainda em junho na Casa

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Considerado peça chave para a aprovação da reforma da Previdência no parlamento, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), entende que o governo está perdendo a batalha da comunicação contra grupos contrários à medida e terá de investir mais em mobilizar sua base e produzir insumo para a disputa de narrativas.

Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o deputado, que tem atuado como o principal articulador das mudanças nas regras das aposentadorias, projetou a aprovação da proposta em dois turnos na casa legislativa em junho – um mês depois da primeira estimativa feita –, desde que o governo seja capaz de organizar sua base.

Para a medida avançar, são necessários pelo menos 308 votos em duas votações em plenário. Depois, o texto ainda tem que passar pelo Senado Federal, onde precisará do endosso de ao menos 49 congressistas.

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Eis os principais trechos que resumem as opiniões do parlamentar:

1. Guerra de comunicação

“O governo deveria dar discurso aos seus apoiadores, que estão meio silenciosos nas redes. pessoal não está conseguindo responder aos vídeos de quando Bolsonaro era contra idade mínima aos 65 anos e agora é a favor. Ele tem que ir para as redes, pela capacidade de comunicação simples e objetiva que tem, para rebater isso”

“Se o debate for feito de forma transparente, com lealdade entre as partes, tenho certeza que 80% do que está na reforma pode ser aprovado, 90%. Como o enfrentamento não é transparente, se o governo ou a estrutura da comunicação do presidente não entrarem no enfrentamento nas redes, tem um risco muito grande de perder votos”.

2. BPC e aposentadoria rural

“O que temos que discutir na comissão é: conseguimos equilibrar o sistema sem a questão da aposentadoria rural e do BPC (Benefício de Prestação Continuada) ou não? Não quero nesse momento tirar nem colocar nada na reforma, mas vamos ver direitinho os prós e contras de cada artigo do projeto. Na aposentadoria rural, tem um motivo que é o impacto fiscal importante, mas estão enfrentando”

3. Capitalização

“Acho que tem que se montar um sistema misto onde você garanta a renda mínima de todo mundo. (…) Um sistema puro de capitalização, em um país com tanta desigualdade e miséria, é difícil. A partir de um certo valor, não, porque a pessoa consegue capitalizar o mínimo necessário”.

4. Militares

“O governo pode ficar tranquilo que votaremos as duas na mesma semana no plenário, não há chance de votar uma e deixar a outra parada”

5. Prazos

“Não mandaram a dos militares, então na semana que vem, mesmo que eu chame para instalar as comissões, não vai. O governo terá que, quando instalar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), estar preparado para garantir quórum às segundas e sextas-feiras”. Quando vota? “Acho que junho”.

6. Formação de base

“Os parlamentares precisam do seguinte: eu faço parte de um governo que vai aprovar uma reforma difícil de ser aprovada, mas meu eleitor sabe que esse governo, dando certo, fará investimentos. E entrará com força em 2020. Na eleição municipal, como é que o governo atuará no município de cada um de nós? É muito menos de fisiologismo, muito mais de composição da governabilidade”. “O parlamentar quer votar, quer estar na base, mas quer a clareza que governará junto”.

7. Demissão de Gustavo Bebianno

“Não foi bom, principalmente da forma como foi feita. Mas se ficar só nisso, ok. Se acontecer outro episódio parecido com esse, é um método, começa a ficar complicado. Não me parece isso. Pelo que entendi, a relação já vinha se deteriorando, tanto que ele acabou sendo ministro com muito menos poder do que a gente imaginou durante a campanha”.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.