Greve de auditores: entidades cobram o governo e apontam reflexos negativo para o comércio exterior

Desembaraços que demoram até 5 dias estão levando mais de 1 mês, o que prejudica operações de marketplaces, segundo o IBCI

Estadão Conteúdo

Porto de Itajaí

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O movimento de greve dos auditores fiscais começa a gerar reflexos negativos para o fluxo do comércio exterior brasileiro, afirma o presidente do Instituto Brasileiro de Comércio Internacional e Investimentos (IBCI), Welber Barral, em ofício enviado ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

Cargas estão levando quatro vezes o tempo normal para o desembaraço nas áreas aduaneiras, segundo o documento subscrito por outras três associações privadas: as associações das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (Abipla), das Empresas de software (Abes) e da Indústria de Café Solúvel (Abics).

O ofício diz que não tem sido observada “preocupação” do governo federal com uma solução rápida para o fim do movimento grevista, o que gera risco de desabastecimento de insumos estratégicos para a indústria e para o agronegócio e pode resultar em “prejuízo expressivo para a economia”. No extremo, a situação poderia inviabilizar a operação e o investimento de muitas empresas.

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Os auditores fiscais estão em greve desde 20 de novembro. A categoria cobra a regulamentação de uma lei que instituiu o pagamento de um bônus de produtividade e, recentemente, intensificou o movimento grevista em portos, aeroportos e pontos de fronteira, com foco nas cargas.

O Sindifisco (sindicato dos auditores fiscais) fez reuniões no Ministério da Fazenda na semana passada e, na quinta-feira (1º), informou que o governo apresentou uma nova proposta para tentar dar fim à greve. Uma assembleia da categoria foi marcada para a semana para avaliá-la.

Procurada, a Receita Federal não quis comentar.

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Consequências da greve
Enquanto a categoria não toma uma decisão, os efeitos da greve preocupam o setor privado. O ofício enviado a Haddad afirma que “recentemente, o movimento grevista dos auditores fiscais da Receita Federal do Brasil vem afetando, de forma significativa, a liberação de cargas, tanto na importação, quanto na exportação”.

As entidades dizem que o atraso prejudica de forma “determinante” a atividade econômica do país, afetando não somente os operadores que tratam diretamente com exportações e importações, mas também pequenas empresas que têm operação no Brasil e são dependentes de componentes importados.

Segundo o IBCI e as associações, os prazos de desembaraços, que demorariam normalmente até 5 dias, estão levando mais de 1 mês. Dizem também que o acúmulo de cargas nos aeroportos, por onde passam encomendas e remessas internacionais, prejudica operações de marketplaces e plataformas digitais de comércio e resulta em um grande número de desistências e cancelamentos de compras.

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O ofício ainda diz que muitas das importações represadas são destinadas à ampliação e modernização de infraestrutura. “Apesar dos esforços empreendidos pelos importadores, há perigo de desabastecimento de insumos estratégicos para a indústria e para o agronegócio, redundando em prejuízo expressivo para a economia”, diz o documento.

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