Governadores apostam na bioeconomia para atrair investimentos e manter a floresta em pé

Helder Barbalho (Pará) e Rafael Fonteles (Piauí) destacam potenciais do hidrogênio verde e da regulação do mercado de carbono

Rikardy Tooge

Publicidade

O Brasil tem potencial para liderar as discussões da transição energética das próximas décadas desde que consiga criar um cenário favorável a investimentos em iniciativas como o hidrogênio verde e implementar um mercado de crédito de carbono, na avaliação dos governadores do Pará, Helder Barbalho (MDB), e Piauí, Rafael Fonteles (PT).

Para Fonteles, o hidrogênio verde deveria ser uma das prioridades do Brasil, a exemplo dos investimentos de cerca de US$ 400 bilhões que os Estados Unidos anunciaram para a produção do combustível. “Se o governo [do Brasil] não tem orçamento para subsídios diretos, tem que direcionar o crédito para isso, conceder incentivos regulatórios”, afirmou o governador do Piauí, em coletiva após participação na Expert XP 2023.

Rafael Fonteles, governador do Piauí, na Expert XP 2023
Rafael Fonteles, governador do Piauí, na Expert XP 2023 (Divulgação)

Visto como um combustível com potencial de escala, o hidrogênio verde é obtido a partir de uma matriz limpa de energia – tese em que as usinas eólicas ganham força. Vale lembrar que o Nordeste é um dos principais polos do país para a produção de energia a partir dos ventos. “O Nordeste é o celeiro do hidrogênio verde, mas não podemos só confiar no que a natureza nos oferece, precisamos de incentivos”, acrescenta Fonteles.

Masterclass

O Poder da Renda Fixa Turbo

Aprenda na prática como aumentar o seu patrimônio com rentabilidade, simplicidade e segurança (e ainda ganhe 02 presentes do InfoMoney)

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Em outra frente, Helder Barbalho lembrou da necessidade da regulamentação do mercado de créditos de carbono. Na última semana, avançou no Senado Federal a ideia de um projeto único para a implementação do mercado – pauta que anda de lado no Congresso há mais de uma década.

“O mercado de carbono nos permite estabelecer um valor para a floresta, é a estratégia central para se construir um ambiente de combate às ilegalidades ambientais. Precisamos transformar a floresta viva mais valiosa do que a deitada e transformar a bioeconomia em vocação nacional”, afirmou. Barbalho destacou ainda que os governadores da Amazônia têm interesse em debater o tema com o Congresso.

Helder Barbalho, governador do Pará, durante a Expert XP 2023 (Divulgação)

Por fim, o governador do Pará defendeu que a bioeconomia passe a ser pauta estratégica do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, e que levou a sugestão ao governo federal para que o tema seja discutido na próxima reunião do grupo, prevista para ocorrer na próxima semana na Índia.

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Rikardy Tooge

Repórter de Negócios do InfoMoney, já passou por g1, Valor Econômico e Exame. Jornalista com pós-graduação em Ciência Política (FESPSP) e extensão em Economia (FAAP). Para sugestões e dicas: rikardy.tooge@infomoney.com.br