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O senador Flávio Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (2) que pediu desculpas a Michelle Bolsonaro após a crise aberta no fim de semana entre a ex-primeira-dama e os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro. O atrito ocorreu depois que Michelle criticou publicamente a articulação do PL no Ceará para apoiar a candidatura de Ciro Gomes, do PSDB, ao governo estadual.
Segundo Flávio, o mal-estar já foi “superado” e será discutido em uma reunião convocada pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O encontro deve reunir Michelle, os filhos do ex-presidente e dirigentes do partido para alinhar decisões internas, em meio ao período de maior fragilidade política da família desde a prisão de Jair Bolsonaro, que cumpre pena de 27 anos e 3 meses na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.

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Flávio disse ter conversado com o pai antes da visita desta terça-feira e relatado que já havia se acertado com a madrasta. “Pedi desculpas a ela, ela também pediu. A gente vai ter uma reunião hoje no PL para criar uma rotina de tomar as decisões em conjunto. Divergências fazem parte”, afirmou. O senador ainda elogiou Michelle, dizendo que ela se tornou “uma referência no país inteiro” e que ambos seguirão atuando lado a lado.
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A tensão teve início quando Michelle criticou a possível aliança do PL com Ciro Gomes, lembrando ataques do ex-governador ao bolsonarismo nos últimos anos. As falas foram mal recebidas pelos filhos do ex-presidente.
Flávio acusou Michelle de ter “atropelado” Jair Bolsonaro e constrangido aliados locais, enquanto Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, classificou o episódio como “injusto” e “desrespeitoso”, ressaltando que o apoio a Ciro partira do próprio ex-presidente.
O vereador Carlos Bolsonaro também entrou na discussão, pedindo “união” e respeito à liderança do pai. Michelle, por sua vez, divulgou nota dizendo que não foi informada diretamente por Bolsonaro se o apoio era realmente sua vontade e pediu compreensão aos enteados.
A reunião marcada para esta terça deve definir se o PL manterá a articulação com Ciro Gomes. Flávio afirma que nenhuma decisão está fechada e que caberá a Jair Bolsonaro validar qualquer acordo, mesmo preso. “Os cenários vão ser decididos com ele, de preferência saindo da boca dele quais são as decisões”, disse.