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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) voltou a criticar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por tentativa de golpe de Estado. À CNN Brasil, Flávio classificou a acusação como uma “tese lunática” e defendeu que o processo seja arquivado imediatamente.
“A tese lunática da PGR é a de que o golpe começou em 2021, em uma live do então presidente, e terminou com os atos do 8 de Janeiro. A acusação foi desmontada por completo [durante o interrogatório de Bolsonaro]”, afirmou.

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Segundo o senador, o ex-presidente demonstrou ter apenas criticado o sistema eleitoral, o que, em sua visão, “é legítimo em uma democracia”. Para Flávio, Bolsonaro baseou suas falas em análises técnicas de peritos criminais e não teve intenção de desestabilizar o regime democrático.
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“O que é bem diferente de tentar desacreditar a Justiça Eleitoral para criar um ambiente de golpe”, disse.
Flávio também afirmou que nenhum dos réus ouvidos no Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou ter tido acesso à chamada minuta do golpe — documento citado em diversas fases das investigações. “O tal rascunho de minuta parece aquela música do Zeca Pagodinho sobre o caviar: ‘Nunca vi, nem comi, eu só ouço falar’”, ironizou.
Para o senador, o fato de a transição de governo ter ocorrido normalmente em 2023 enfraquece a tese de premeditação dos atos do 8 de Janeiro. Ele acrescentou que, se o julgamento seguir critérios de imparcialidade, “Bolsonaro terminou o dia de ontem absolvido”.
E provocou: “Se eu fosse o Paulo Gonet [procurador-geral da República], arquivava tudo de uma vez hoje e pedia desculpas ao Bolsonaro”.
O que Bolsonaro disse em seu interrogatório
Em depoimento nesta terça-feira (10), Bolsonaro confirmou que discutiu possibilidades de contestação eleitoral com os então comandantes das Forças Armadas — Freire Gomes (Exército), Baptista Júnior (Aeronáutica) e Almir Garnier (Marinha). Segundo ele, as conversas se mantiveram “dentro da Constituição” e não avançaram.
O ex-presidente também admitiu ter projetado, em 7 de dezembro de 2022, considerações de uma minuta de decreto em reunião no Palácio do Alvorada, mas afirmou que o debate “começou sem força” e “nada foi para frente”.
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Ao ser confrontado com acusações feitas contra ministros do Supremo Tribunal Federal, Bolsonaro pediu desculpas ao ministro Alexandre de Moraes. Ele reconheceu não ter qualquer prova sobre as declarações de que magistrados teriam recebido propina para acobertar fraudes nas eleições.