Flávio Bolsonaro anuncia retorno do pai ao Brasil em 15 de março, mas volta atrás e apaga postagem

"Peço desculpas pela postagem anterior, deve ser a saudade grande!", disse o parlamentar; segundo ele, o retorno de Bolsonaro ainda não está confirmado

Marcos Mortari

Flávio Bolsonaro e Jair Bolsonaro (Wilson Dias/Agência Brasil)

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), postou, nesta terça-feira (7), em sua conta em uma rede social, que seu pai retornaria ao Brasil no próximo dia 15, mas depois voltou atrás, apagou a postagem, e disse que a viagem não estaria confirmada.

“Acabou a espera! Bolsonaro vem aí! No dia 15 de março, o nosso Johnny Bravo volta para o Brasil. Já pode pendurar a bandeira verde e amarela e vestir as cores do nosso País. Juntos, vamos fazer uma oposição forte e responsável, pelo bem do nosso Brasil. Deus, pátria e família”, afirmou o parlamentar em publicação feita às 8h19 (horário de Brasília), mas depois apagada.

Vinte e cinco minutos mais tarde, Flávio Bolsonaro pediu desculpas pela mensagem anterior e disse que a data de 15 de março para o retorno do pai “era provável”, mas ainda não confirmada.

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“Peço desculpas pela postagem anterior, deve ser a saudade grande! Na verdade a data de retorno do nosso líder Jair Bolsonaro no dia 15/março era provável, mas não confirmada ainda. Assim que houver uma data definitiva ele mesmo divulgará, tá ok!”, disse.

Desde que perdeu as eleições, em 30 de outubro de 2022, Bolsonaro reduziu suas aparições e manifestações públicas. Nos últimos dias de seu mandato, deixou o país, com destino aos Estados Unidos, onde permanece até hoje, para não participar da cerimônia de posse de Lula com a tradicional transmissão da faixa presidencial.

O retorno de Bolsonaro ao Brasil era aguardado para este mês, mas, em meio às notícias de que seu governo teria tentado trazer ilegalmente joias supostamente doadas pelo governo da Arábia Saudita à sua família, ele tem sido aconselhado a adiar a viagem para um momento mais favorável.

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Conforme noticiou reportagem do jornal O Estado de S.Paulo no último sábado (4), um conjunto de bens avaliados em € 3 milhões, o equivalente a R$ 16,5 milhões, teria sido dado de presente à família de Bolsonaro durante seu mandato.

Os objetos foram trazidos ao Brasil pelo militar Marcos André dos Santos Soeiro, assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que participava de viagem oficial ao Oriente Médio e não declarou os bens junto à Receita Federal ao chegar a São Paulo do exterior – o que contraria a legislação brasileira, que determina obrigatoriedade de indicação de bens adquiridos fora do país em valor superior a US$ 1.000,00 (cerca de R$ 5.200,00), mesmo que de presente.

Após a revelação dos fatos, Bolsonaro tem dito que as joias iriam para o acervo do Estado. No entendimento de funcionário da Receita Federal, no entanto, o assessor que trouxe as joias tentou escondê-las do Fisco ao escolher a via “nada a declarar” na alfândega do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP).

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.