Ex-ministro afirma desconhecer lobby de Lula para a Odebrecht

Miguel Jorge disse que conhece Lula há 40 anos, mas que não são amigos

Equipe InfoMoney

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Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES, o ex-ministro Miguel Jorge, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, disse que “não conhece a atuação do [ex-presidente] Lula fazendo lobby para a Odebrecht”.

Ele fez essa afirmação ao responder a uma pergunta do relator da CPI, deputado José Rocha (PR-BA). Miguel Jorge disse que conhece Lula há 40 anos, mas que não são amigos: “Eu o conheci quando era diretor de Redação do jornal O Estado de S. Paulo e Lula era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos. Depois, nos enfrentamos quando eu era executivo da Volkswagen, mas sempre nos respeitamos.”

O ex-ministro foi convocado a pedido do deputado Carlos Melles (DEM-MG), que alega haver suspeitas de que o banco beneficiou “empreiteiras envolvidas em escândalos de corrupção”.

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O nome do ex-ministro aparece em e-mails do presidente da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, interceptados pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. Em conversas com executivos da empreiteira, em 2009, a respeito do projeto de construção de uma hidrelétrica na África, Miguel Jorge diz que “o PR fez o lobby”.

As iniciais foram interpretadas pela Polícia Federal como “presidente da República”.

Na época, um consórcio formado pelas empreiteiras Odebrecht e Engevix, junto com as estatais Furnas e Eletrobras, tinha interesse na construção da hidrelétrica de Baynes, no rio Cunene, entre Namíbia e Angola, um investimento de 800 milhões de dólares promovido pelo governo da Namíbia.

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O presidente do país africano era Hifikepunye Pohamba, recebido por Lula em almoço no Itamaraty em fevereiro de 2009. Quando o conteúdo das mensagens foi tornado público, ao longo da Operação Lava Jato, Miguel Jorge e o Instituto Lula alegaram que havia um esforço institucional de promover empresas brasileiras no exterior.

“Já me reuni com centenas de empresas e com dezenas de sindicatos de trabalhadores e nunca interferi nos processos de crédito”, argumentou o ex-ministro.

Defesa do BNDES
Miguel Jorge foi presidente do Conselho de Administração do BNDES e disse que, como ministro, não interferia nas decisões do banco sobre empréstimos e que nunca recebeu pressões para facilitar operações de crédito para qualquer empresa.

Ele defendeu os critérios usados pelo BNDES para conceder empréstimos. “O banco usa metodologia própria para avaliar riscos de crédito, como todas as instituições privadas, e incentiva as empresas brasileiras. O comércio exterior não pode prescindir do financiamento às exportações”, ressaltou.

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