Esperançosos, analistas desejam que G-20 evite aprofundamento da crise

Coordenação entre os países evitaria o agravamento da recessão global, consequência de questões como o protecionismo

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SÃO PAULO – Não somente as atenções, mas as esperanças de muitos estarão voltadas para o encontro de cúpula do G-20, a ser iniciado na próxima quinta-feira (2) em Londres. Embora difícil, a ação coordenada entre os países é apontada como importante passo para solucionar a atual crise global.

Se é sabido que uma simples decisão do fórum internacional, que reúne os principais países desenvolvidos e emergentes, não resolverá a situação econômica global, espera-se que – no mínimo – os líderes políticos sejam capazes de evitar que o egoísmo dos Estados agrave a situação.

Embora a onda recessiva tenha atingido a todos os países, as especificidades políticas e econômicas fazem com que seus anseios sejam diferentes. Atenuar tais dificuldades é uma necessidade para que o encontro produza resultados, em vez de um belo comunicado final sem qualquer base prática.

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Coordenar o anseio pelo incremento de estímulos fiscais dos Estados Unidos, à visão europeia – mais centrada na regulação financeira -, sem deixar que o temor por protecionismo de muitos países emergentes se concretize, pode se revelar um desafio custoso e demorado. Mas as conseqüências de uma falha podem ser muito piores.

20 mentes brilhantes

O ponto de vista é defendido por Mohamed El-Erian, CEO (Chief Executive Officer) da Pimco, e Mike Spence, vencedor do Nobel de economia em 2001. Seu argumento é embasado nas conclusões de outro agraciado com o prêmio acadêmico, o economista norte-americano John Nash, cuja vida foi retratada pelo filme “Uma mente brilhante”.

Em artigo recente, ambos aconselham os líderes a prestar atenção às conclusões de Nash, famoso por criticar a idéia anteriormente estabelecida de que os melhores resultados para o grupo são atingidos quando cada indivíduo busca maximizar seus próprios ganhos, desconsiderando os efeitos das ações alheias.

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Caso os líderes do G20 sentem-se à mesa de negociações para defender apenas a estratégia dominante, em função de suas necessidades individuais, o resultado pode ser tão ruim quanto o ocorrido durante a grande depressão da década 1930, quando práticas protecionistas levaram à destruição do já frágil comércio internacional.

Análises

“O mundo terminará, sem dúvidas, com um resultado subótimo se cada parte seguir apenas sua estratégia dominante”, explicam. Em sua opinião, a possibilidade de um resultado ruim é grande, mas não inevitável, desde que seja buscada a cooperação simultânea das três prioridades – estímulo econômico, estabilização financeira e abertura comercial.

Opinião semelhante é compartilhada pelos analistas do banco francês Société Générale, que todavia conferem maior destaque às ameaças derivadas do protecionismo. “A esperança é que a retórica protecionista permaneça apenas nisto – expressões que não são transformadas em ações”, afirmam.

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Para Paul Donavan, do banco UBS, a questão é mais simples. “A decisão mais prática que o G20 pode tomar é resolver a questão da captação de recursos do FMI [Fundo Monetário Internacional], uma medida muito bem vinda”, ressalta. Esperançoso, afirma que “devemos todos esperar pelo melhor”.

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