Em queda, nível do Guaíba fica abaixo de 5 metros pela primeira vez em 5 dias

Às 14 horas, patamar do Guaíba havia chegado a 4,93 metros, ante 5,04m do início desta manhã e 5,12m do dia anterior; apesar da redução, o lago ainda permanece acima da chamada “cota de inundação”, de 3 metros

Fábio Matos

Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, inundado após fortes chuvas em maio. (Foto: Divulgação/Fraport)
Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, inundado após fortes chuvas em maio. (Foto: Divulgação/Fraport)

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Em meio à maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul, moradores de Porto Alegre (RS) tiveram uma boa notícia. O nível das águas do lago Guaíba, na capital gaúcha, segue diminuindo e agora já está abaixo de 5 metros, de acordo com medição realizada na tarde desta quinta-feira (9) pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) no Cais Mauá.

Por volta das 14 horas, o patamar do Guaíba havia chegado a 4,93 metros, ante 5,04m do início desta manhã e 5,12m do dia anterior. Apesar da redução, o lago ainda permanece acima da chamada “cota de inundação”, que é de 3 metros. É a primeira vez, desde sábado (4), que o lago fica abaixo de 5 metros.

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O maior nível já alcançado pelo Guaíba foi registrado no domingo (5), quando o lago chegou aos 5,33 metros. Até as enchentes históricas deste ano, o recorde era a marca de 4,76 metros, em 1941.

Segundo projeções do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Guaíba deve levar pelo menos mais 30 dias para recuar a um nível abaixo dos 3 metros. Em 1941, foram necessários 32 dias para que isso ocorresse.

Nas ruas de Porto Alegre, é perceptível que as águas já avançam menos do que nos últimos dias, indicando aparente estabilidade ou mesmo recuando em algumas regiões.

Mais de uma centena de mortos no RS

Segundo o boletim mais recente divulgado pela Defesa Civil do estado, o número de mortos na tragédia chegou a 107, e há um óbito sob investigação. Até agora, há 136 pessoas desaparecidas e 374 feridas.

As autoridades locais informam, ainda, que 232,1 mil pessoas tiveram de deixar suas residências. Desse contingente, 67,5 mil estão instalados em abrigos e 164,5 mil se encontram desalojados (em casas de familiares ou amigos).

O estado do Rio Grande do Sul tem 425 de seus 497 municípios atingidos pelas enchentes. Ao todo, 1,47 milhão de pessoas foram afetadas.

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O centro histórico de Porto Alegre permanece com inúmeros pontos de alagamento, principalmente nas áreas mais próximas do Guaíba. O Aeroporto Internacional Salgado Filho e a rodoviária da capital gaúcha seguem totalmente alagados e não estão funcionando.

Nas últimas horas, foram detectados novos alagamentos no bairro Menino Deus, para o qual a prefeitura da cidade emitiu alerta para evacuação dos moradores.

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”