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SÃO PAULO – Em depoimento à Polícia Federal pelo inquérito que apura a suposta compra de medidas provisórias que beneficiaram o setor automobilístico, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que nunca recebeu lobistas enquanto comandou o país e classificou como “coisa de bandido” a prática que se especula ter sido cometida. As informações são do portal do jornal O Estado de S. Paulo.
Ao longo das dez páginas de depoimento prestado em 6 de janeiro, Lula teria dito que não foi informado por seu filho — o empresário Luís Cláudio Lula da Silva, dono da LFT Marketing Esportivo — que havia fechado contrato milionário com o lobista Mauro Marcondes Machado, preso sob a acusação de operar com suposta compra de MPs. O ex-presidente reforçou ainda que “tanto ele quanto seus parentes jamais exerceram lobby ou consultoria empresarial”.
Segundo matéria assinada pelos jornalistas Fábio Fabrini e Andrza Matais, que tiveram acesso ao documento, o petista teria afirmado que “fazia questão de informar que realiza conferências no Brasil e no exterior, sempre em defesa do interesse nacional, e que tomou como decisão de honra não interferir na gestão do novo governo”.
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Lula ainda foi questionado sobre o arquivo encontrado no computador da empresa de Marcondes, que dizia que a MP foi combinada entre membros da Fiat, o próprio presidente e Eduardo Campos, morto em acidente aéreo em 2014. O ex-presidente confirmou participação em uma reunião a pedido do ex-governador de Pernambuco, que contou com a presença de Cledorvino Belini, dirigente da companhia automobilística na América Latina. Em seu depoimento, o ex-presidente teria explicado que, no encontro, foram esclarecidos os benefícios da instalação da fábrica da montadora em Pernambuco.
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