Elevação da Selic prejudica consumo e interfere nas eleições, diz economista

Para Emílio Alfieri, aumento dos juros pode prejudicar Dilma Rousseff e influenciar psicologicamente consumidor

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Embora muitos especialista afirmem que quando a taxa básica de juro brasileira passa por uma elevação, isso pouco afeta o consumo nacional, o economista da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Emílio Alfieri, afirma que o aumento, por menor que seja, impacta o consumidor.

“É verdade que a elevação demora uns seis meses para chegar de fato aos juros do consumidor e também é verdade que esse aumento pouco impacta o valor das parcelas e sabemos que, quando o consumidor vai comprar algo e o pagamento não será à vista, o importante é que a parcela caiba no orçamento mensal. Porém, uma alta no juro básico traz um grande impacto psicológico. O consumidor ouve a notícia e fica na cabeça dele que os juros aumentaram, estão maiores. E isso faz, sim, com que ele pense melhor antes de se decidir pela compra”, afirma.

Juros x eleição
Contrariando também o consenso do mercado, Alfieri afirma que, para ele, a taxa Selic deve demorar um pouco para subir. “Muitos apostam que teremos elevações já no mês de abril, mas eu tenho fortes dúvidas sobre isso. Esse é um ano eleitoral e isso conta. Não sei se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer estar associado a uma taxa básica de juros novamente em um patamar alto”.

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O economista defende sua tese afirmando que o fato da possível candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, não ter caído nas graças do público, pode ajudar a segurar essa elevação.

“Que vai subir não tenho dúvidas. O Copom (Comitê de Política Monetária) já sinalizou isso. O que eu questiono agora é quando vai subir. A provável candidata do PT não tem um alto grau de aprovação dos eleitores, portanto, o governo certamente não quer que esses eleitores liguem a imagem da Dilma ao fato dos juros terem subido e que, por isso, o poder de compra deles está menor. Na minha opinião, o governo vai tentar prorrogar o máximo possível esse aumento”, afirma.

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