Derrota de Temer mostra que Reforma da Previdência “subiu no telhado”

Para a Eurasia, a janela de oportunidade para o governo conseguir aprovar a reforma está se fechando

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – A derrota do governo na CAS (Comissão de Assuntos Sociais) do Senado na última terça-feira (20), quando o texto da Reforma Trabalhista foi rejeitado por 10 votos a 9, ascendeu o “sinal amarelo” dentro da base aliada, que já admite que a Reforma da Previdência “subiu no telhado”.

Segundo informações do jornal O Estado de São Paulo, o governo “colocou na conta” que a Reforma da Previdência vai atrasar mais do que o previsto e que ninguém sabe quando haverá clima político para a votação do tema, preocupação também revelada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em conversa como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

O deputado federal Beto Mansur (PRB-SP), um dos aliados de Michel Temer, definiu bem o status da Reforma da Previdência neste momento: “Ela está no telhado. Acho que tem de esperar um pouco essa coisa da denúncia”, afirmou. Mansur está falando justamente do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que prepara uma série de denúncias contra o presidente que vão desde corrupção passiva até obstrução de justiça.

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Entre os deputados, o coro por uma reforma mais branda vem ganhando cada vez mais espaço em compasso das denúncias contra Temer. Fábio Ramalho (PMDB-MG), que é o presidente em exercício da Câmara dos Deputados, defendeu na última quarta-feira (21) uma proposta que se resuma à mudança da idade mínima e que os demais pontos da proposta fiquem para o próximo governo.

Janela para reforma está se fechando

Em relatório divulgado nesta quinta-feira (22), a consultoria de risco político, Eurasia, avaliou que a janela de oportunidade para o governo conseguir aprovar a Reforma da Previdência, mesmo que mais branda, está se fechando.

Segundo os especialistas em Brasil da consultoria, a probabilidade de aprovação da Reforma da Previdência no Congresso está “ligeiramente” acima de 50%, enquanto, antes das delações da JBS e todo o caos político atual, a chance era de 70%.

“O ambiente em Brasília continua carregado e provavelmente vai permanecer assim nos próximos meses…neste contexto, a base de apoio do Congresso de Temer está mostrando alguns sinais de desgaste”, destaca a consultoria política.

De fato, o clima político não está nada favorável para a retomada da agenda de reformas e se o governo não tomar o devido cuidado, nem mesmo a Reforma Trabalhista, que será votada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) no começo de julho, poderá ser aprovada.

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