“Metralhadora” de Rodrigo Janot promete deixar Michel Temer sem fôlego na Câmara

Procurador-geral da República prepara uma série de denúncias contra o presidente

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Desde a absolvição no TSE, Michel Temer entrou em “modo sobrevivência” e mobilizou a base aliada para evitar seu afastamento temporário do cargo, inclusive deixando de lado as reformas em uma espécie de banho-maria no aguardo da apresentação das denúncias do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que promete não dar folga.

Segundo informações do jornal Folha de São Paulo, Janot prepara uma série de denúncias contra o presidente para que não consiga ganhar fôlego no Congresso. Ao mesmo tempo que será apresentada na semana que vem a primeira denúncia aos deputados, Janot pretende entregar ao Supremo Tribunal Federal um segundo pedido de ação penal contra Temer antes mesmo de a Câmara decidir pela aceitação ou não da queixa inicial.

Segundo o jornal, o presidente deverá ser acusado por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de justiça, podendo até ser implicado no crime de lavagem de dinheiro com base em sua ligação com seu ex-assessor João Baptista Lima Filho, que, segundo reportagem do Jornal Nacional, intermediou a reforma da casa de uma das filhas do presidente.

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Vem bomba por aí?
Para complicar ainda mais, as delações de importantes figuras ligadas ao PMDB prometem colocar pressão adicional ao presidente. Em seu depoimento à Polícia Federal, o doleiro Lúcio Funaro reconheceu ter operado caixa 2 do partido e que Temer tinha conhecimento de doações ilícitas de campanha feitas à legenda, segundo informações do jornal O Globo.

Além disso, segundo o jornal Valor Econômico, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, está conversando com os procuradores para fazer delação premiada e, inclusive, contratou Délio Lins para cuidar do assunto. Lins atuou na delação de Diogo Ferreira, que era chefe de gabinete do ex-senador Delcídio do Amaral. A decisão vem logo após Cunha prestar depoimento à Polícia Federal na última quarta-feira (14), onde foi questionado sobre a gravação dos donos da JBS qual Temer solicita a compra de silêncio do ex-presidente da Câmara.

Pode ficar tranquilo

Apesar de toda turbulência prevista, aliados de Temer no Congresso garantem que ele teria ao menos 250 votos para barrar a primeira denúncia de Janot. Essa visão otimista vai além — “pode anotar para me cobrar depois: não há a menor hipótese de o Rodrigo Janot conseguir na Câmara os 342 votos de que precisa para abrir uma ação penal contra o presidente no STF”, afirmou um auxiliar do presidente ao blog do jornalista Josias de Souza.

O próprio Michel Temer, na última quinta-feira (15), afirmou a seus aliados que quer acelerar o processo de análise da denúncia que será alvo e que acredita ter “ampla margem” de votos para derrubar o pedido da PGR (Procuradoria Geral da República). E parece que o pedido de Temer deve ser atendido, uma vez que, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, admitiu a possibilidade de suspender o recesso parlamentar par que a Casa vote a denúncia que a PGR deve apresentar contra o presidente na semana que vem.

De acordo com Maia, o Brasil precisa que a eventual denúncia de Janot contra o presidente seja apreciada com prioridade. O presidente da Câmara afirmou que os prazos serão respeitados, mas que o País terá que encerrar esta etapa.

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