Depois de Moody’s e S&P, Fitch corta rating do Egito, com perspectiva negativa

Tensões crescentes no país e perspectivas de uma transição volátil justificam decisões, diz agência de classificação de risco

Julia Ramos M. Leite

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SÃO PAULO – Seguindo os passos da Moody’s e da Standard & Poor’s, a Fitch anunciou nesta quinta-feira (3) o corte do rating do Egito – a agência de classificação de risco já havia colocado a nota em perspectiva negativa na última semana. A nota de emissor de longo prazo em moeda estrangeira foi de “BB+” para ‘BB’, enquanto a em moeda local foi de “BBB-“ para “BB+”. Ambas têm perspectiva negativa.

O corte reflete a “intensificação significativa” das tensões no país e das perspectivas de que o governo de transição seja volátil. Esse cenário, segundo a Fitch, traz consequências negativas para a economia e para as finanças públicas e externas. Ao menos mais cinco pessoas morreram em confronto entre manifestantes pró e anti-governo nesta quinta-feira, mostrando que os conflitos ainda não foram abrandados no país. 

A agência de classificação de risco lembra que o fechamento de bancos e do comércio em geral devido aos protestos no país já afetam a atividade econômica, e a falta de visibilidade sobre o futuro político do Egito deve diminuir os investimentos no país. Com isso, o PIB (Produto Interno Bruto) deve recuar, assim como a arrecadação de impostos, enquanto o déficit orçamentário e o desemprego vão aumentar, piorando a dinâmica de dívida.

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Perspectiva negativa
“A perspectiva negativa da nota reflete a contínua disparidade entre as demandas dos que protestam e das posições do governo sobre a reforma política, o que traz um risco de maior deterioração da situação econômica e política antes que seja encontrada uma solução”, afirmou Richard Fox, diretor de Oriente Médio e África na Fitch.

A visão da agência é que caso os violentos confrontos entre no país continuem, os danos já infligidos na economia seriam ampliados, levando a um novo corte. As pressões sobre a nota diminuiriam no caso da ascensão de um governo de transição e a “restauração da ordem” – a decisão do atual presidente do país, Hosni Mubarak, de não concorrer à reeleição no pleito de setembro é um passo nessa direção, diz a agência de classificação de risco.

“Mas o processo ainda está muito no início, e as tensões entre os manifestantes pró e anti-governo têm se tornado mais violentas nos últimos dias”, explica a Fitch, lembrando também que ainda não foi definido um modelo para a transição, tampouco quem são os políticos de destaque nessa nova fase. “A transição está se mostrando volátil, e a gama de possíveis cenários resultantes aumentou e se tornou menos previsível, piorando o perfil de crédito do país”.

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A Fitch destacou que continuará a monitorar a situação política do país e seu impacto na economia, mas que “pode levar meses para que as linhas gerais de uma solução política comecem a emergir e ainda mais tempo para que a estabilidade seja restaurada”.

Confira abaixo a metodologia de notas das principais agências:

S&P Moody´s Fitch Grau
AAA
AA+
AA
AA-
A+
A
A-
BBB+
BBB
BBB-
Aaa
Aa1
Aa2
Aa3
A1
A2
A3
Baa1
Baa2
Baa3
AAA
AA+
AA
AA-
A+
A
A-
BBB+
BBB
BBB-
Investimento
BB+
BB
BB-
B+
B
B-
CCC
CC
C
D
Ba1
Ba2
Ba3
B1
B2
B3
Caa
Ca
C
Wr
BB+
BB
BB-
B+
B
B-
CCC
CC
C
D
Especulativo

 

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