Haddad diz que país pode alcançar grau de investimento até o fim do governo

Para conquistar o objetivo, ministro sugere "recompor a base fiscal não em cima dos mais pobres"

Luís Filipe Pereira

O ministro da Fazenda Fernando Haddad em entrevista coletiva (Diogo Zacarias)

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou, na tarde desta quarta-feira (26), que o Brasil pode conquistar o grau de investimento (investment grade) até o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A declaração foi dada durante entrevista ao site Metrópoles.

“Claro que dá [para conquistar o investment grade até o fim do governo]. Temos um rumo traçado e não podemos sair da linha. Temos que mirar o objetivo de recompor a base fiscal não em cima dos mais pobres”, afirmou.

Mais cedo, a agência de classificação de risco Fitch Ratings elevou o rating soberano do Brasil de BB- para BB, com perspectiva estável. Entre os anos de 2008 e 2015, o Brasil conquistou o investment grade. De acordo com Haddad, para que o país possa recuperar essa condição, é preciso “recompor a base fiscal” do Estado, mas preservando a camada mais pobre da população.

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“O grande problema do Brasil, que agrava a crise política, é quando você escolhe a parte fraca para fazer o ajuste fiscal. Estamos olhando para quem tem condições para arcar com isso e para ser justo”, destacou.

Segundo Haddad, a aprovação de medidas como a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal são fundamentais para dar mais previsibilidade ao cenário econômico, e atrair mais investimentos. O ministro da Fazenda relembrou que no início do governo foram revogados decretos editados no fim da gestão de Jair Bolsonaro (PL), entre eles um ato normativo que poderia retirar R$ 5,8 bilhões do governo em arrecadação de PIS/Cofins.

Ele também enalteceu a relação harmônica entre os poderes, e creditou a melhora no rating da Fitch ao fortalecimento da institucionalidade. Ao longo do semestre, o Congresso Nacional tem encampado pautas consideradas prioritárias da agenda econômica do governo, com a volta do “voto de qualidade” no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), a Proposta de Emenda Constitucional para um novo regime tributário para os impostos sobre o consumo, além do novo marco fiscal.

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“Foi a primeira vez que o Brasil mudou de nota há muitos anos. O que eu fiz? Eu agradeci a Câmara [dos deputados], o Senado [Federal], o Supremo [Tribunal Federal], o STJ (Superior Tribunal de Justiça). Tenho dito isso desde dezembro: ou os poderes se harmonizam ou fica difícil. A crise é de natureza política”, destacou Haddad.

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