Cunha se recusou a comentar se teve ou já teve contas na Suíça e reiterou o depoimento que deu na CPI da Petrobras, em março.
Ao falar sobre a crise política, Cunha negou “conspiração” contra a presidente Dilma Rousseff em conjunto com a oposição: “Eu não estou combinando com ninguém. Apesar das minhas divergências com o governo, não tem uma declaração minha a favor do impeachment. Eu sempre digo que ele não pode ser um recurso eleitoral. E até agora não houve representação que juridicamente apontasse fato que poderia ser enquadrado como impedimento, um crime cometido no mandato”.
Ao ser perguntado se arquivará o pedido mais notório de impeachment contra Dilma, elaborado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Junior, ele afirmou: “pretendo passar o feriado debruçado sobre esse pedido. Quero ver todas as nuances possíveis e imaginárias. Mas, se forem apontados fatos de mandatos passados, a tendência será essa [arquivar]”.
Cunha ainda criticou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. “Estão fingindo que cortam. E querem passar a conta para o aumento de impostos, sem discutir que a retração da economia está fazendo com que a arrecadação caia. Como já disse o Renan [Calheiros, presidente do Senado], é como o cachorro mordendo o próprio rabo. Enfim, eu tenho profundas divergências na forma da condução da economia”.
Segundo o presidente da Câmara, Levy não foi ao Congresso para escutar. “Ele veio tentar nos doutrinar. Alguém [do governo] nos perguntou se seria conveniente relançar a CPMF? Nunca. Alguém discutiu previamente com a gente as propostas de ajuste fiscal, os cortes nas emendas impositivas? Que iam fazer e acontecer? É um desastre o que foi feito”.
De acordo com ele, não há ajuste. “Esse ajuste é uma brincadeira. O governo fala que está cortando R$ 26 bilhões mas na verdade só cortou R$ 2 bilhões. Destes, R$ 200 milhões vêm da redução de ministérios. Eu, só de despesa com hora extra, em uma canetada aqui, economizei R$ 80 milhões.”