Cunha chama Operação de “Lava Cunha” e diz: “acho graça pedir minha renúncia e não de Dilma”

Presidente da Câmara afirmou que tem convicção de que ele é "alvo seletivo" das investigações por "razões políticas"

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou na última quinta-feira que “não tem Operação Lava Jato, é operação Lava Cunha”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cunha afirmou que tem convicção de que ele é “alvo seletivo” das investigações por “razões políticas”. 

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki determinou ontem que fossem sequestrados R$ 9,6 milhões em contas atribuídas a ele e a sua esposa, Claudia Cruz, na Suíça. Cunha afirmou que é vítima de “bombardeio” e as informações vazadas são “verdadeiros absurdos”. 

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“Estou debaixo de uma artilharia direcionada. Eu fui eleito pelo Ministério Público como se eu fosse o chefe do ‘petrolão’. Parece que só existe eu no mundo. O pessoal estava brincando hoje, não tem operação Lava Jato, é operação Lava Cunha”, afirmou. As afirmações foram feitas durante entrevista ao tucano Fernando Capez, na TV da Assembleia Legislativa. 

Ao Estadão, ele ainda afirmou: “eu acho graça de alguns que vêm aqui falar da minha renúncia, mas não pedem da presidente Dilma. Se for pelo mesmo parâmetro, você teria muitas e iguais motivações”.

Vale ressaltar que o presidente da Câmara pediu “muita cautela” na análise do novo pedido de afastamento feito pela oposição. O pedido do PSDB, em voto separado, para que CPI da Petrobras investigue Cunha e outros políticos teria irritado o presidente da Câmara e motivado a declaração.

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Com cada vez mais evidências contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a PGR (Procuradoria Geral da República) intensifica a busca de provas para instruir um pedido para que ele se afaste da presidência da Casa. 

PGR estuda afastamento
De acordo com a Folha de S. Paulo, assessores do procurador Rodrigo Janot reúnem indícios de que o deputado utilizou o cargo para atrapalhar desdobramentos da Lava Jato. Se isso for comprovado, ele deverá formalizar o pedido de afastamento do deputado. 

Como a medida é considerada delicada, isso só seria feito se houver prova incontestável de uso das prerrogativas do cargo para atrapalhar as investigações.

O deputado Sílvio Costa (PSC-PE), vice-líder do governo na Câmara, entrou com uma representação formal na Procuradoria pedindo o afastamento de Cunha. 

Alvo de dois inquéritos no STF por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Cunha enfrenta um pedido de abertura de processo de cassação de mandato por quebra de decoro.

O Ministério Público da Suíça associou quatro contas ao deputado, com cópia de passaporte diplomático, endereço de sua casa e assinatura. Ontem, o Supremo bloqueou e sequestrou um total de R$ 9,6 milhões de contas atribuídas a ele na Suíça. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.