Conselho de Ética suspende sessão que votaria admissibilidade de processo contra Cunha

O clima no plenário 11 foi tenso nesta tarde, marcado por acusações de parlamentares favoráveis à abertura do processo contra Cunha de que aliados do peemedebista estariam fazendo de tudo para protelar os trabalhos do conselho

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Por mais uma vez, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados suspendeu, na tarde desta terça-feira (8), a tumultuada sessão que votaria pela admissibilidade ou arquivamento do relatório contra o presidente da casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de autoria de Fausto Pinato (PRB-SP). Uma nova sessão foi convocada pelo presidente José Carlos Araújo (PSD-BA) para amanhã, às 13h30 (horário de Brasília). A alegação do deputado é que se evite qualquer possibilidade de “atropelo do regimento interno da Câmara”. Foi o quarto adiamento no conselho.

O clima no plenário 11 foi tenso nesta tarde, marcada por acusações de parlamentares favoráveis à abertura do processo contra Cunha de que aliados do peemedebista estariam fazendo de tudo para protelar os trabalhos do conselho. Entre um dos nomes mais criticados, alvo de grande impaciência dos colegas com a apresentação de recursos e uso de manobras regimentais, destaque para Manoel Júnior (PMDB-PB), conhecido como fiel escudeiro do presidente da casa atualmente.

Uma das alegações desse grupo é que Fausto Pinato não poderia relatar o processo, tendo em vista a participação de seu partido do mesmo bloco que o PMDB de Cunha no começo da legislatura, à época das eleições na casa. O bloco, porém, foi desfeito logo em seguida e o parlamentar alega que o assento que ocupa é referente ao mandato, não ao partido que representa – tese defendida pelo deputado Júlio Delgado (PSB-MG), um dos grandes críticos à morosidade do processo no conselho. Para o pessebista, que disputou o comando da Câmara com Cunha no começo do ano, há uma “chicana” para que as decisões sejam adiadas ao máximo, e assim o peemedebista consiga ganhar sobrevida no cargo.

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O presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), cortou a palavra do deputado Vinicius Gurgel (PR-AP) durante votação de requerimento de adiamento da votação do parecer preliminar contra o deputado Eduardo Cunha. A proposição é de autoria do deputado Manoel Junior (PMDB-PB).

Gurgel queria participar da discussão, mas como não estava inscrito, Araújo não permitiu sua fala. Os dois parlamentares bateram boca e o presidente decidiu cortar o microfone de Gurgel.

O deputado Manoel Junior afirmou que não fez nenhuma ação que não fosse pautada no regimento e no regulamento do Conselho de Ética. Ele também defendeu que se aguarde decisão do Supremo e da Mesa para se avaliar recurso apresentado pela defesa do deputado Eduardo Cunha.

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Com o início da Ordem do Dia do Plenário, a votação foi encerrada. Por protestos de deputados, o deputado José Carlos Araújo decidiu encerrar a sessão. “Eu não vou atropelar o regimento. Amanhã estamos convocando sessão para dar continuidade da sessão de hoje, às 13h30 para votação”.

Manifestantes contra o presidente da Câmara foram retirados da sala do colegiado.

(com Agência Câmara)

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.