Como a migração de Alexandre Frota para o PSDB move peças para as eleições de 2020

A pouco mais de um ano das eleições municipais, o mundo político já avalia os impactos do episódio sobre a disputa pela prefeitura de São Paulo

Marcos Mortari

Publicidade

SÃO PAULO – A expulsão do deputado Alexandre Frota (SP) do PSL e sua subsequente filiação ao PSDB tem repercussões que vão além dos níveis internos das duas siglas. A pouco mais de um ano das eleições municipais, o mundo político já avalia os impactos do movimento sobre a corrida pela prefeitura de São Paulo, que deverá colocar os partidos em franca disputa.

Embora em muitos casos a polarização criada na última corrida presidencial entre o PSL e o PT seja mantido na disputa por prefeituras no próximo pleito – o que é conveniente para as duas siglas, reduzindo espaços no “centro” –, a briga pelo comando da capital paulista tende a ser uma das mais interessantes.

Desbancar Bruno Covas (PSDB) em sua esperada tentativa à reeleição deverá ser um dos principais objetivos do partido do presidente Jair Bolsonaro em outubro de 2020, embora ainda não se saiba qual nome representará a sigla na disputa.

Oferta Exclusiva para Novos Clientes

Jaqueta XP NFL

Garanta em 3 passos a sua jaqueta e vista a emoção do futebol americano

No momento, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), líder do partido no Congresso Nacional, se oferece a ocupar tal espaço, mas ainda terá de derrubar resistências internas relevantes. “Hoje, não há ninguém mais candidato a prefeito do que eu dentro do PSL em São Paulo”, disse em evento para atrair novos filiados, no último sábado (17).

Quer saber o que esperar da política nos próximos meses? Insira seu e-mail abaixo e receba, com exclusividade, o Barômetro do Poder – um resumo das projeções dos principais analistas políticos do país:

Internamente, Joice não costuma contar com a simpatia do grupo mais associado ao bolsonarismo clássico. A parlamentar é tida como adversária do grupo de deputados encabeçado por Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente e que hoje preside o partido no estado,  Coronel Tadeu e Carla Zambelli e, ainda, do senador Major Olímpio.

Continua depois da publicidade

Por outro lado, Frota era visto como um de seus principais aliados. Nesse sentido, sua saída pode ampliar os desafios para o ano que vem, embora a Joice seja vista como a candidata natural do partido para o pleito no ano que vem.

“A expulsão de Frota, mesmo que venha a ser acompanhada da ida de Eduardo Bolsonaro para os EUA, pode representar um obstáculo ao desejo de Joice de se candidatar pelo PSL à prefeitura paulista. Joice, porém, é o nome mais forte no PSL para o posto, não havendo por ora um plano B na sigla. Mesmo com resistências a seu nome, a deputada tende a prevalecer na disputa”, observam os analistas da Arko Advice.

Do lado tucano, a aproximação do governador João Doria de um deputado recém-expulso pelos sucessivos ataques feitos ao presidente evidencia um distanciamento em relação ao governo – menos de um ano depois de surfar na onda “BolsoDoria”.

O movimento tem claros sinais para a corrida presidencial de 2022 e pelo “pit stop” do pleito municipal do ano que vem, sobretudo quando se observa as últimas declarações de Frota. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, por exemplo, o deputado chamou Bolsonaro de “grande idiota ingrato, que nada sabe”.

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.