Com Dilma e Serra na disputa, BofA declara corrida presidencial aberta no Brasil

Vitória de Serra ou Dilma reforça Brasil como caso de convergência entre crescimento do PIB e mercado acionário em alta

Tainara Machado

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SÃO PAULO – A pré-candidatura da ministra Dilma Rousseff foi oficializada pelo PT na última semana. José Serra, governador de São Paulo, deve ser anunciado como o candidato oficial do PSDB até o final do mês de março. Dado que, juntos, os dois têm mais de 60% das intenções de voto, de acordo com a pesquisa CNT Sensus, o BofA Merrill Lynch afirma “que podemos declarar o início da corrida presidencial”.

Em relatório sobre as eleições que ocorrerão neste ano no País, o banco vê provável decisão entre os dois candidatos mais bem cotados até agora, descartando viabilidade de possíveis candidaturas “populistas” e abertura de caminho para configuração de pleito plebiscitário entre os dois oponentes.

Qualquer uma das possibilidades de vitória, avalia o BofA, reforça o Brasil “como caso interessante de ‘convergência’ para os mercados globais, já que oferece mercado acionário em alta, taxas mais baixas de juros e potecial para crescimento do PIB (Produto Interno Bruto)”.

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Indefinições
No entanto, o relatório também sugere que, apesar da delimitação dos candidatos, algumas pontas frouxas ainda podem criar campo fértil para estratégias de curto prazo. Entre elas, a instituição aponta a sucessão no Banco Central, cuja opção mais óbvia “e neutra para o mercado” seria substituir Henrique Meirelles, caso este decida concorrer a algum cargo eletivo, por algum outro diretor do BC em atividade.

A candidatura de Meirelles é outro tema ainda não definido. Enquanto especula-se que ele poderia vir a ocupar a vice-presidência na chapa de Dilma, o que seria ideal para o investidor, aponta o BofA, não há consenso quanto ao nome dentro do PMDB, que prefere a indicação do presidente da legenda e da Câmara dos Deputados, Michel Temer.

O papel do PMDB também é chave na formação de coalizões, por ter o maior número de governadores e de representantes no Congresso, já que, no Brasil, é impossível governar sem alianças, aponta o banco norte-americano. Além disso, o plano de governo a ser apresentado no horário de propaganda gratuita na televisão é outro ponto importante – e ainda indefinido.

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Quem é quem
De uma lado, espera-se que Serra tenha maior engajamento na aprovação de reformas constitucionais, que poderiam ocasionar diminuição de gastos pelo governo. O PSDB também costuma ter orientação de atribuir um papel menor ao Estado, o que diminuiria a intervenção na economia e nas agências regulatórias, por exemplo.

De outro, Dilma Rousseff representaria a continuação das políticas macroeconômicas adotadas durante o mandato do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e maior intervenção na economia via gastos em obras sociais, como o Bolsa Família. Além disso, Dilma deve beneficiar-se da alta popularidade de Lula, aponta o BofA ML.

Crescimento
Mas, não importa o vencedor, a agenda deve ser centrada em crescimento e ganho na produtividade. No entanto, para isso, são necessárias reformas, que servem como catalisadoras de tais objetivos, pois diminuem o tamanho do governo e melhoram sua eficiência. No entanto, como o progresso nessas áreas costuma ser difícil, qualquer avanço aqui pode adicionar potencial de crescimento maior do que a perspectiva já considerada pelo banco.

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O crescimento sustentável pode encorajar investidores a dar prioridade para o Brasil frente China e Índia, considerando também que o Brasil está sendo negociado 10% abaixo dos dois países citados, aponta o relatório. Para incentivar este movimento, o governo deveria cortar impostos ou aumentar gastos em infraestrutura, financiando essas iniciativas com diminuição do tamanho do governo e melhor aproveitamento de suas receitas, afirma o Bank of America Merrill Lynch.

Alternativas
No entanto, o cenário não é só de benesses, diz o relatório. Embora um cenário de riscos mais elevados não seja o principal foco de trabalho do banco, eleições presidencias não combinam com certezas. As intenções de voto podem flutuar e abrir espaço para inserção de candidatos como Ciro Gomes ou Anthony Garotinho na disputa, resultado ao qual o mercado reagiria mal.

Além disso, metas fiscais menores poderiam levar investidores a exigir um prêmio maior para financiar a dívida do governo, o que traria uma sequência de possíveis notícias negativas: rebaixamento da nota de investment grade, menor volume de empréstimos e, portanto, do consumo. Por isso, atenção nunca é pouca quando o assunto é eleição.

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