Ciro Nogueira diz que alta do IOF é “pancada”; oposição tenta barrar medida

Para líder do PP, a decisão do governo Lula afeta economia e compromete empregos

Marina Verenicz

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O presidente nacional do Progressistas (PP), senador Ciro Nogueira (PI), criticou duramente o aumento do IOF anunciado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em publicação feita nesta segunda-feira (26) na rede social X (antigo Twitter), o parlamentar classificou a medida como uma “pancada” na economia e afirmou que ela compromete investimentos e a geração de empregos.

“Cada real gasto a mais com imposto significa empregos a menos, lojas a menos, vendas a menos, salários a menos; são famílias a menos com prosperidade”, escreveu Nogueira.

A medida do governo prevê o reajuste na alíquota do IOF sobre transações no exterior, empréstimos corporativos e contratos de seguro. A proposta faz parte do esforço da equipe econômica para aumentar a arrecadação e atingir a meta fiscal de 2025.

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Ciro Nogueira chamou o aumento do imposto de “efeito obsceno da irresponsabilidade fiscal” e afirmou que a decisão desestimula o crédito empresarial, minando a capacidade do setor privado de investir.

“Para que uma empresa tomaria dinheiro emprestado? Para investir, criar empregos, melhorar a vida do país. Tudo isso deixa de acontecer com a irresponsabilidade obscena fiscal do governo”, afirmou.

O senador também criticou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao afirmar que a decisão comprometeu sua imagem diante do mercado.

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“O ministro da Fazenda trincou o mais precioso ativo de uma autoridade econômica: a credibilidade. Esse episódio se soma a tantos outros que mostram que, entre o projeto político de seu presidente e os fundamentos da economia, ele optará pelo primeiro.”

Congresso reage

Diante da repercussão negativa, a oposição no Congresso iniciou um movimento para barrar os efeitos do decreto que altera o IOF. O senador Rogério Marinho (PL-RN) e o deputado federal Zucco (PL-RS) protocolaram projetos de decreto legislativo (PDLs) visando sustar as novas regras.

Mesmo após o Ministério da Fazenda recuar parcialmente de algumas medidas — mantendo, por exemplo, a alíquota de 1,1% sobre remessas de investimentos ao exterior —, as críticas não cessaram. Parlamentares da oposição afirmam que o conjunto de medidas do governo prejudica a previsibilidade econômica e pode enfraquecer o ambiente de negócios no país.