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Na reta final dos mandatos federais, a Câmara dos Deputados apresenta um quadro de fragmentação política que abre espaço para disputas e rearranjos com foco nas eleições de 2026.
Segundo pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta sexta-feira (13), 28% dos deputados se identificam como independentes, enquanto 32% se dizem alinhados ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros 35% afirmam integrar a oposição.
O retrato revela um Congresso menos rigidamente polarizado do que a divisão formal entre governo e oposição pode sugerir. Com quase um terço da Casa se posicionando fora desses dois polos, o cenário aponta para uma disputa aberta por apoio político nos próximos meses, tanto por parte do Executivo quanto de lideranças que já articulam estratégias para a sucessão presidencial.
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A pesquisa foi realizada entre 29 de outubro e 11 de dezembro, com 167 deputados federais (o equivalente a 33% do total da Câmara) entrevistados presencialmente e online. A amostra foi definida a partir de extratos regionais e do posicionamento ideológico dos partidos, com margem de erro estimada em 7 pontos percentuais.
Independentes ganham peso
Na avaliação do cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest, um dos aspectos mais relevantes do levantamento está na forma como os deputados se classificam em uma escala mais detalhada de posicionamentos políticos.
Além da divisão tradicional entre governo e oposição, a pesquisa segmenta os parlamentares entre lulistas, esquerda não lulista, independentes, direita não bolsonarista e bolsonaristas.
Segundo Nunes, esse recorte permite observar diferenças importantes dentro do próprio campo da direita, especialmente entre bolsonaristas e não bolsonaristas.
“Os cruzamentos por essas categorias mostram como a direita bolsonarista e a direita não bolsonarista se diferenciam em temas relevantes”, afirma o diretor da Quaest.
Entre esses temas estão pautas centrais em debate no Congresso, como a taxação de fintechs, a segunda fase da reforma tributária, a regulação dos trabalhadores de aplicativos e a avaliação sobre a possibilidade de a oposição vencer a eleição presidencial de 2026 sem o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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