Boulos e Nunes empatam tecnicamente, mas deputado tem maior rejeição, diz pesquisa

Levantamento feito pelo instituto Paraná Pesquisas mostra crescimento expressivo do prefeito e recuo do deputado em intervalo de 6 meses

Marcos Mortari

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) - ambos pré-candidatos nas eleições municipais de 2024.

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A pouco mais de 5 meses das eleições municipais, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), estão tecnicamente empatados na disputa pelo comando da capital paulista. É o que mostra levantamento feito pelo instituto Paraná Pesquisas, divulgado nesta quinta-feira (2).

O levantamento testou dois cenários de primeiro turno e em ambos Nunes aparece numericamente à frente de Boulos − mas com distâncias dentro do limite da margem de erro estimada, de 2,9 pontos percentuais para cima ou para baixo.

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No primeiro, Nunes tem 27,3% das intenções de voto (considerando a margem de erro máxima, ele poderia ter entre 24,4% e 30,2%), contra 25,7% de Boulos (que poderia estar em um intervalo de 22,8% a 28,6%).

Na sequência, aparecem o apresentador de televisão José Luiz Datena (PSDB), com 15,3%, e a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), com 8,2%. Analistas políticos, no entanto, apontam que hoje a tendência é o jornalista ser vice na chapa da parlamentar.

Em outro pelotão vêm o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), com 4,0%, a economista Marina Helena (Novo), com 3,6%, o coach Pablo Marçal (PRTB), com 2,3%, e o sindicalista Altino Prazeres (PSTU), com 0,3%.

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Indicações de voto em branco, nulo ou em nenhum dos candidatos apresentados somaram 6,7% dos entrevistados. Outros 6,8% preferiram não responder a pergunta.

O segundo cenário testado pelo Paraná Pesquisas exclui as possíveis candidaturas de Datena, Kim e Marçal. Neste caso, Nunes abre uma distância numérica maior em relação a Boulos: 35,2% contra 29,8% − perto do limite da margem de erro, já que o prefeito poderia ter pelo menos 32,3%, e o deputado no máximo 32,7%.

A deputada Tabata Amaral aparece na terceira posição, com 10,6%, tecnicamente empatada com a economista Marina Helena, com 5,7%. Já Altino, soma 1,7% das intenções de voto. Já as indicações de voto em branco ou nulo e os indecisos somaram 13,5% do eleitorado. Esta simulação possui série histórica desde novembro de 2023.

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O histórico mostra uma evolução expressiva nas intenções de voto de Nunes, que saiu de 28,1% das intenções de voto seis meses atrás − salto de 7,1 pontos percentuais. Já Boulos minguou 3,3 pontos percentuais (em novembro, ele tinha 33,1%). Os demais candidatos não apresentaram variações superiores ao limite da margem de erro no período.

Leia também: Quem são os pré-candidatos a prefeito de São Paulo nas eleições 2024?

Na pesquisa espontânea (em que não são apresentados nomes de candidatos aos entrevistados), Ricardo Nunes aparece numericamente à frente com 11,1% das intenções de voto, seguido por Guilherme Boulos, com 9,6%. Há 6 meses, o prefeito recebia apenas 4,6% das menções e o parlamentar, 8,0%.

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A deputada Tabata Amaral é citada por 1,7% dos entrevistados, ao passo que Kim Kataguiri (0,8%), José Luiz Datena (0,6%) e Marina Helena (0,3%) não chegaram a 1% das intenções de voto. Outros nomes somaram juntos 0,8% das menções.

Potencial eleitoral

O instituto Paraná Pesquisas divulgou, ainda, respostas dos eleitores que dão pistas sobre o potencial eleitoral de cada um dos pré-candidatos. Segundo o levantamento, Ricardo Nunes aparece como o nome com maior percentual de entrevistados convictos do voto: 19,5%. Boulos, neste caso, tem 18,1%. Datena aparece com 8,6%, e Tabata, com 3,9%.

Já para votos possíveis, Tabata Amaral lidera com 59,1% dos eleitores, seguida por Nunes, com 49,5%, Datena, com 43,4%, e Boulos, com 43,0%. Dos quatro, a deputada federal é também a mais desconhecida pelos entrevistados: 5,2%.

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Do lado da rejeição, a liderança fica com Datena (45,3%). O apresentador é seguido por Boulos (36,7%), Tabata (30,5%) e Nunes (28,9%).

Segundo turno

O levantamento Paraná Pesquisas também testou 3 cenários de segundo turno. Segundo a pesquisa, se a eleição fosse hoje, Ricardo Nunes derrotaria Guilherme Boulos por 46,8% a 37,6%. O atual prefeito também aparece à frente de Tabata Amaral, com diferença de 18,8 pontos percentuais (49,6% contra 30,8% das intenções de voto).

Já em eventual disputa entre Boulos e Tabata, o candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) superaria a deputada apoiada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) com 43,6% das intenções de voto, contra 33,9%.

Metodologia

O instituto Paraná Pesquisa ouviu 1.200 eleitores da cidade de São Paulo em entrevistas face a face realizadas entre os dias 26 de abril e 1º de maio.

A amostra é representativa da população da área pesquisada e foi selecionada em duas etapas. Na primeira, realizou-se um sorteio probabilístico das localidades onde as entrevistas foram realizadas através do método PPT (Probabilidade Proporcional ao Tamanho), considerando a população residente nas localidades como base.

Na segunda etapa, a seleção dentro da localidade, foi feita utilizando-se quotas amostrais proporcionais, em função das seguintes variáveis: gênero, faixa etária, escolaridade e renda domiciliar mensal.

O nível de confiança da pesquisa é estimado em 95%. O que significa que, se o levantamento tivesse sido feito mais de uma vez, sob as mesmas condições e no mesmo período, esta seria a probabilidade de o resultado se repetir dentro do limite da margem de erro − que é de 2,9 pontos percentuais para cima ou para baixo.

A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o n.º SP-05530/2024.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.