Bolsonaro reafirma vacinação não obrigatória e volta a falar em “tratamento precoce” com cloroquina

Por meio do seu perfil no Twitter, o presidente disse que a vacina "está a caminho", mas destacou que imunizante ainda precisaria ser aprovado pela Anvisa

Allan Gavioli

Presidente Jair Bolsonaro ao lado do "Zé Gotinha" em evento no Palácio do Planalto (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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SÃO PAULO – Nesta quarta-feira (4), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a citar que a vacinação contra a Covid-19 no Brasil não será obrigatória.

Por meio do seu perfil oficial na rede social Twitter, o presidente também disse que a vacina “está a caminho”. Porém, destacou que o imunizante ainda precisaria ser aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O post do presidente, porém, contraria uma recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Embora a vacinação compulsória seja inconstitucional, os ministros da corte decidiram no dia 17 de dezembro que União, estados e municípios podem aprovar legislações que se relacionam com a obrigatoriedade da vacinação. Por exemplo, podem proibir o exercício de determinadas atividades ou a entrada em determinados lugares.

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“A obrigatoriedade da vacinação não contempla a imunização forçada, porquanto é levada a efeito por meio de sanções indiretas”, ponderou o ministro Ricardo Lewandowski na decisão.

Sanções indiretas para aqueles que se recusam a receber doses de vacinas elencadas no Programa Nacional de Imunização (PNI) já existem no Brasil. O PNI coordena todas as vacinas obrigatórias no país. Hoje, a carteira de vacinação em dia é exigida para a matrícula em escolas e pagamentos de benefícios sociais, por exemplo. Com a decisão do STF, ações que sigam essa mesma lógica poderão ser implementadas no caso da Covid-19.

“Tratamento precoce”

No mesmo post, Bolsonaro ainda compartilhou um vídeo para ilustrar o que seria o “tratamento precoce”. O vídeo traz uma entrevista do pediatra e toxicologista Anthony Wong ao programa “Direto ao Ponto” e foi publicado no canal oficial do presidente na plataforma YouTube.

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No vídeo, o médico defende o uso de medicamentos contra a Covid-19 que não têm eficácia comprovada, como cloroquina e ivermectina. Segundo o médico, esses remédios podem reduzir a carga viral no início da infecção.

“99,7% das pessoas sobrevivem à doença [Covid-19], mesmo não tomando remédio. Poderia citar pelo menos uns 15 remédios que estão sendo usados, alguns com maior sucesso, outros com menos”, afirmou Wong no vídeo.

Apesar da insistência do presidente em receitar tais medicamentos no tratamento da Covid-19, a comunidade científica internacional praticamente abandonou qualquer esperança de eficiência da cloroquina e hidroxicloroquina.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os mais recentes estudos envolvendo o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina não tiveram resultados que evidenciem a eficácia no tratamento da Covid-19.

A OMS suspendeu os testes relacionados ao uso dos dois compostos no tratamento contra a Covid-19 no dia 25 de maio. A decisão foi tomada após uma investigação associar os tratamentos a um maior risco de morte em pacientes infectados pelo coronavírus.

Leia também: Em ofício, Exército defendeu sobrepreço de 167% em insumos da cloroquina por necessidade de “produzir esperança”

Já no caso da ivermectina, o órgão se posiciona “fortemente contra o uso de ivermectina para quaisquer outros propósitos diferentes daqueles para os quais seu uso está devidamente autorizado.”

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Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.