Beto Richa desiste de disputar prefeitura de Curitiba e diz que ficará neutro

Na prática, a decisão de Beto Richa (PSDB) acaba beneficiando o vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD), candidato apoiado pelo prefeito Rafael Greca (PSD) e pelo governador do estado, Ratinho Júnior (PSD)

Fábio Matos

Beto Richa (PSDB), deputado federal e ex-governador do Paraná (Foto: Câmara dos Deputados)
Beto Richa (PSDB), deputado federal e ex-governador do Paraná (Foto: Câmara dos Deputados)

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O deputado federal e ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) anunciou sua desistência de disputar a eleição para a prefeitura de Curitiba (PR).

Sem conseguir alinhavar nenhuma aliança de peso para a corrida municipal, o tucano abriu mão do pleito e decidiu se manter neutro, não declarando apoio formal a nenhum dos outros candidatos na capital paranaense.

“Tenho um plano de governo elaborado pelas melhores cabeças das mais diversas áreas da administração, mas não tenho tempo de televisão para apresentá-lo”, lamentou Richa, que teria apenas 30 segundos na propaganda eleitoral na TV.

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“Não sei se tinha algum candidato com mais vontade de concorrer a esta eleição que eu. Mas, com essas condições adversas, fica muito restrita a nossa participação”, completou o deputado, em entrevista coletiva.

Na prática, a decisão de Richa acaba beneficiando o vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD), candidato apoiado pelo prefeito Rafael Greca (PSD) e pelo governador do estado, Ratinho Júnior (PSD).

Isolado no tabuleiro político da capital paranaense, Beto Richa vinha sendo pressionado a desistir por setores do próprio PSDB e do Cidadania, partido que compõe federação partidária com os tucanos. Na semana passada, em convenção, o Cidadania anunciou apoio a Pimentel.

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Preso na Lava Jato

Atualmente, Richa é alvo de grande rejeição por parte da população de Curitiba, principalmente depois de ter sido preso no âmbito da Operação Lava Jato. Em março deste ano, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou todos os processos envolvendo o ex-governador, o que o reabilitou politicamente. Mesmo assim, seu nome ainda enfrenta resistência no cenário eleitoral.

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O tucano chegou a ser sondado pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, para disputar a prefeitura de Curitiba pela legenda, mas as conversas não avançaram. O PL também integra a chapa de Eduardo Pimentel e indicou o vice, o ex-deputado federal Paulo Eduardo Martins.

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Ao todo, o atual vice-prefeito de Curitiba conta com 6 partidos o apoiando na eleição, entre os quais o Podemos e o Novo, do ex-deputado federal Deltan Dallagnol (que abriu mão de se candidatar a prefeito).

Os demais candidatos na capital do Paraná são Ney Leprevost (União Brasil) – que tem a deputada federal Rosangela Moro (União Brasil) como vice –, Luciano Ducci (PSB), o ex-governador Roberto Requião (Mobiliza), Luizão Goulart (Solidariedade), Andrea Caldas (PSOL) e Samuel de Mattos (PSTU).

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”