Banco Central diz que Temer terá que imprimir extratos bancários se quiser mostrar à imprensa

Autarquia afirma que não tem poder de quebrar o sigilo bancário, tendo o próprio presidente que pedir os dados para os bancos

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Apesar de ter dito que iria mostrar para a imprensa os extratos de suas contas bancárias, o presidente Michel Temer terá de fazer isso pedindo os dados diretamente aos bancos. Nos últimos dias, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, determinou a quebra do sigilo bancário do presidente.

Temer disse que iria pedir ao BC os extratos para entregar à imprensa, mas a autarquia não tem acesso a esses documentos. Ou seja, o emedebista terá que imprimir por conta própria seus dados para apresentar publicamente. O presidente teria que pedir para cada banco e corretora em que tem conta o extrato específico do período solicitado, mas ainda há uma outra opção.

Os bancos não costumam disponibilizar um período muito longo dos extratos na internet, o que levaria Temer a ter que pedir os dados nas agências, em um processo mais trabalhoso. A legislação bancária brasileira não estipula um período específico para que os bancos deixem os extratos on-line. Por outro lado, há regras para guardar os documentos.

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Se não quiser fazer isso, o presidente terá de acionar um advogado para pedir na Justiça que o sistema do Banco Central, o Bacenjud, levante junto às instituições financeiras todas as informações. 

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Em nota, o BC explicou que “não comenta ordens judiciais envolvendo terceiros. Em situações de quebra de sigilo ou de bloqueio/desbloqueio/transferência de valores, o BC atua, por meio da ferramenta BacenJud, como mero auxiliar do Poder Judiciário no encaminhamento das ordens às instituições do Sistema Financeiro, sem fazer qualquer juízo de valor sobre a decisão judicial, até por não ser o BC parte no processo judicial, que muitas vezes tramita em segredo de justiça. Assim, eventuais esclarecimentos devem ser solicitados diretamente junto ao órgão do Poder Judiciário responsável pela emissão da ordem”.

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Barroso determinou a quebra do sigilo do presidente Michel Temer por suspeita de que ele recebeu propina para favorecer empresas do setor portuário com um decreto que alterou regras dos negócios.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.