AtlasIntel: Marçal supera Nunes e entra em empate técnico com Boulos em SP

Intenções de voto de empresário mais que dobram em 1 mês; maior exposição no rádio e na televisão não se converte em apoio a Nunes até o momento

Equipe InfoMoney

Os 5 candidatos mais bem posicionados nas pesquisas de intenções de voto para a prefeitura de São Paulo. Da esquerda para a direita: Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Pablo Marçal (PRTB) e Tabata Amaral (PSB)
Os 5 candidatos mais bem posicionados nas pesquisas de intenções de voto para a prefeitura de São Paulo. Da esquerda para a direita: Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Pablo Marçal (PRTB) e Tabata Amaral (PSB)

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Passados 11 dias do início do horário de propaganda eleitoral no rádio e na televisão, uma nova rodada da pesquisa AtlasIntel para a prefeitura de São Paulo (SP), divulgada nesta quarta-feira (11), mostra um empate técnico na liderança da disputa entre o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o empresário Pablo Marçal (PRTB).

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Segundo o levantamento, realizado pela internet entre os dias 5 e 10 de setembro, Boulos tem 28% das intenções de voto, ao passo que Marçal reúne o apoio de 24,4% dos eleitores. Como a margem máxima de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, os candidatos estão tecnicamente empatados. Ou seja, se a eleição fosse hoje, não seria possível afirmar com segurança quem terminaria o primeiro turno na primeira colocação.

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Considerando a série recente, Boulos perdeu 5 pontos percentuais em pouco mais de um mês, sendo o movimento mais expressivo entre as pesquisas de 8 de agosto (33%) e 20 de agosto (29%). Já Marçal mais do que dobrou seu apoio, saindo de 11% no início do mês passado, passando para 16% três semanas atrás e saltando mais 8,4 p.p. mesmo sem espaço para propaganda nos meios tradicionais.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB), que conta com a máquina pública e a mais sólida rede de apoio partidário, foi de 25% no início de agosto para atuais 20,1%, segundo a pesquisa, em uma indicação de ineficácia até o momento do amplo tempo de exposição no rádio e na televisão para a conversão de apoio do eleitorado. É a primeira vez na série histórica do levantamento que o candidato à reeleição aparece atrás de Marçal.

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No segundo pelotão, aparecem a deputada federal Tabata Amaral (PSB), que oscilou de 11% para 10,7% das intenções de voto do início de agosto para cá, e o apresentador José Luiz Datena (PSDB), que foi de 9% para 7,2% no período. Os dois estão tecnicamente empatados.

Já a economista Marina Helena Santos (Novo) aparecem com 4,7% das intenções de voto. Sua diferença para o jornalista também configura empate técnico. Ricardo Senese (UP), por sua vez, tem 0,7%, enquanto outros candidatos não pontuaram. Eleitores que declaram voto em branco, nulo ou estão indecisos somam 4,2% da amostra.

Nos dados estratificados, a pesquisa AtlasIntel mostra que Boulos lidera entre as mulheres (33,7%), entre eleitores com idade entre 16 e 24 anos (30%) e entre 25 e 34 anos (32,1%), religião católica (24,5%), nível de escolaridade de Ensino Superior (37,8%). Em faixas de renda, ele aparece à frente nas duas franjas: renda familiar até R$ 2 mil (31,1%), entre R$ 5 mil e R$ 10 mil (30,7%) e acima de R$ 10 mil (28,7%). E curiosamente entre eleitores que dizem não receber Bolsa Família (29,1%).

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Já Marçal aparece à frente entre homens (31,5%), evangélicos (42,9%), escolaridade de Ensino Fundamental (41,3%) e renda familiar mensal entre R$ 3 mil e R$ 5 mil (33,6%). Enquanto Nunes se destaca entre eleitores com idade de 60 anos ou mais (29,5%), renda familiar mensal superior a R$ 10 mil (29,1%) e beneficiários do Bolsa Família (29,9%).

Segundo o levantamento, 53% dos eleitores que dizem ter votado no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022 agora declaram apoio a Boulos. Outros 17,2% indicam voto em Tabata, e 12,4%, em Datena. Já no campo dos eleitores de Jair Bolsonaro (PL), 57,4% dizem que vão votar em Marçal, enquanto 28,7% seguem orientação do ex-presidente e manifestam apoio a Nunes.

Segundo turno

Foram feitas seis simulações de segundo turno envolvendo os quatro candidatos mais bem posicionados na disputa.

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Segundo a pesquisa AtlasIntel, Ricardo Nunes derrotaria Guilherme Boulos (45,7% a 38,5%) e Pablo Marçal (48,2% a 29,2%), mas empataria com Tabata Amaral (40,4% a 42%), com vantagem numérica para a parlamentar.

Em outras simulações, Tabata superaria Marçal (49,8% a 43,4%) e empataria com Boulos (33,8% a 33,8%). Já no confronto entre Boulos e Marçal, o quadro seria de empate técnico, com o parlamentar numericamente à frente (44,1% a 43,2%).

Como é feita a pesquisa AtlasIntel?

A pesquisa AtlasIntel realizou 2.200 entrevistas por meio da tecnologia conhecida como Random Digital Recruitment (RDR), na qual os entrevistados são recrutados organicamente durante a navegação de rotina na web em territórios geolocalizados em qualquer dispositivo (smartphones, tablets, laptops ou PCs).

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Esse tipo de pesquisa costuma ser mais acessível em termos de preço comparado a levantamentos face a face ou mesmo por telefone, mas há controvérsia na academia sobre o risco de possível “viés de seleção” dos entrevistados.

Por outro lado, a AtlasIntel argumenta que tal modelo, em comparação com pesquisas presenciais domiciliares ou em pontos de fluxo, “evita o eventual impacto psicológico da interação humana sobre o respondente” e favorece a coleta de respostas mais fidedignas.

Já em comparação com o modelo telefônico, o instituto diz que os levantamentos pela internet permitem “um mapeamento granular de padrões de não resposta, de modo que os vieses decorrentes de taxas variáveis de não resposta possam ser adequadamente tratados durante o processo de construção de cada amostra”.

A pesquisa divulgada nesta quarta-feira sobre a disputa em São Paulo foi feita com recursos próprios do instituto e está registrada na Justiça Eleitoral com o código SP-01125/2024.

O nível de confiança da pesquisa é de 95% ─ o que significa que, se o levantamento tivesse sido feito mais de uma vez sob as mesmas condições e prazos, esta seria a probabilidade de os resultados se repetirem dentro da margem máxima de erro, que foi estimada em 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.