Ata do Copom sinaliza para analistas que ciclo de alta da Selic pode estar no fim

Documento aponta que órgão trabalha com perspectivas mais tímidas de inflação a partir do quarto trimestre

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SÃO PAULO – Analistas não demonstraram surpresa acerca da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) divulgada na manhã desta quinta-feia (10). Após a apresentação, cresce o sentimento do mercado de que o ciclo de alta da taxa Selic esteja próximo ao fim.

Segundo André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, o Banco Central dá sinais claros de que não vê necessidade de um aperto moneário maior, o que segundo ele fica claro através das expectativas da instituição de arrefecimento da atividade doméstica, recuo do descompasso entre oferta e demanda e perspectiva de queda da inflação no quarto trimestre. 

Para ele, o item 30 resume este sentimento do Copom ao afirmar que “esses elementos (que enunciamos acima) e os desenvolvimentos no âmbito fiscal e parafiscal são parte importante do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vista a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas”.

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“A minuta do último encontro do Copom trouxe um tom mais ameno (dovish) do que nós e o mercado esperávamos”, apontou a equipe do Barclays Capital, em relatório. Nós os interpretamos como uma forte indicação de que apertos monetários futuros serão menos baseados em alta do juro e mais dependentes de medidas macroprudenciais”, completou.

Apenas mais uma elevação da Selic
Tudo isso leva Perfeito a crer em uma alta mais modesta da Selic na próxima reunião do Comitê, a qual pode representar a última do ciclo de elevação da taxa.

No mesmo sentido, a equipe de análise da LCA Consultores destaca o tom moderado do documento, no qual o Copom reconhece riscos, mas mantém confiança na convergência da inflação para a trajetória de metas.

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“Vale notar, por exemplo, que em duas oportunidades o Copom afirma que, desde sua reunião anterior, o cenário prospectivo para a inflação não evoluiu favoravelmente, ao passo que na ata anterior ele afirmara que o cenário para a inflação havia evoluído desfavoravelmente”, comentou a LCA, afirmando que a possibilidade de intensificação no ritmo da Selic está praticamente descartada.

Influência das commodities preocupa
Já Thais Marzola Zara deu enfoque à preocupação do órgão com os preços internacionais das commodities e seus reflexos na inflação doméstica, embora a analista explique que boa parte do aumento nos preço já estão incorporadas.

Para o futuro, a analista aponta os cenários traçados pelo documento, o qual prevê que “a inflação acumulada em doze meses tende a permanecer em patamares similares ou mesmo superiores àquele em que atualmente se encontra”.

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Câmbio e novas medidas macroprudenciais
Porém, a questão cambial é lembrada por Thaís como fator a influênciar a introdução de possíveis novas medidas macroprudenciais, caso a taxa de câmbio permaneça em patamares próximos ao observado nos últimos tempos.

Isso pode ser concluído através do trecho do documento que afirma que caso isso ocorra poderá haver uma “eventual introdução de ações macroprudenciais pode ensejar oportunidades para que a estratégia de política monetária seja reavaliada”.

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