Após abandonar base aliada, PTB ganha ministério com saída de Mares Guia

Saída da chapa do bloco governista comprometeria votação da PEC que prorroga o tributo até 2011

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A saída de Walfrido dos Mares Guia da Secretaria de Relações Institucionais, motivada por um suposto mensalão no estado de Minas Gerais, fez com que em um momento oportuno o PTB ganhasse um cargo de ministro. Logo após a renúncia, na última quinta-feira (23), o espaço político foi ocupado pelo deputado José Múcio Monteiro, filiado à sigla e um dos articuladores que apoiou a prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) na Câmara dos Deputados.

No mesmo dia, a bancada petebista no Senado anunciou que sairia da base aliada do governo e não fecharia questão quanto a aprovação da PEC (proposta de emenda à Constituição) que mantém o tributo até 2011. O motivo foi a substituição de Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) de sua vaga na Comissão de Constituição e Justiça. Sem disfarçar, o bloco governista afirmou que a manobra visava a garantir a aprovação da PEC na CCJ.

Maioria dos votos

Chegou a ser afirmado que cinco dos sete componentes da chapa seriam contrários, quando a proposta fosse levada a plenário. Para a aprovação de uma PEC, é necessário que 49 dos 81 parlamentares dêem votos favoráveis. Com as negativas do partido, 36 senadores dariam parecer contrário, superando em quatro o número de votantes necessários para a retenção do texto na Casa.

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reiterou que a saída de Mares Guia não “trará nenhum prejuízo” para as negociações a respeito da CPMF. O novo ministro da Secretaria de Relações Institucionais, por sua vez, declarou que uma de suas primeiras tarefas será conversar com todos os senadores sobre a importância da renovação da alíquota.

“Vou continuar o trabalho de Mares Guia, que conversou com todos os senadores”, disse à Agência Brasil.

Caso Renan

O maior partido da oposição no Senado, o DEM, que conta com 14 filiados na Casa, argumenta que há uma grande possibilidade de o presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ser absolvido em plenário da acusação de quebra de decoro parlamentar. Isso traria uma má-imagem ao Congresso, que seria limpa com a derrubada da contribuição.

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O presidente interino do Senado, Tião Viana, acredita, no entanto, que as negociações com o PSDB ainda podem acontecer para que o governo garanta os votos necessários para aprovação da CPMF. “Estamos no meio de uma disputa política. O único que, de fato, demarcou um campo ideológico foi o Democratas. O PSDB está dividido, e todo ambiente ainda é para negociação”, afirmou.

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