Aliados de Cunha têm pressa, petista fala em “acordo golpista”: as reações à renúncia

No começo desta tarde, o deputado afastado Eduardo Cunha surpreendeu ao apresentar uma carta-renúncia à presidência da Câmara. Mas o que pode estar por trás da decisão?

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Se existe uma lição que o mundo político aprendeu nos últimos anos foi nunca subestimar a habilidade de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em realizar novos movimentos no conturbado xadrez do poder em Brasília. Nesta quinta-feira (7), a coletiva de imprensa relâmpago que marcou seu pedido de renúncia à presidência da Câmara trouxe reações diversas entre os colegas no parlamento. Afastado pelo Supremo Tribunal Federal de suas funções de deputado federal desde maio, o peemedebista tenta vender a ideia de que sua decisão visa “pôr fim a essa instabilidade sem prazo”. Na avaliação dele, a casa “não suportará esperar indefinidamente” a avaliação do Judiciário sobre recurso apresentado.

“É público e notório que a Casa está acéfala, fruto de uma interinidade bizarra”, afirmou Cunha durante a leitura de sua renúncia. Retórica à parte, chamam atenção as posições de alguns atores políticos pouco tempo após o anúncio oficial da decisão do parlamentar. É o caso de Carlos Marun (PMDB-MS), que pede pressa na votação para a sucessão do comando da mesa. “A renúncia acontece hoje para que haja tempo hábil para a eleição de um novo presidente nos primeiros dias da próxima semana. Esperamos já na segunda-feira”, disse o deputado visto como um dos principais aliados de Cunha no momento.

O gesto do deputado afastado ocorre em um momento em que o centrão é favorito na corrida para eleger o sucessor no comando da Câmara. Entre os nomes mais fortes, na própria avaliação do líder do governo na casa, André Moura (PSC-SE), aparecem os deputados Rogério Rosso (PSD-DF), Fernando Giacobo (PR-PR) e Rodrigo Maia (DEM-RJ). Aliado de Cunha, o interlocutor do Planalto na casa legislativa disse que convocará reunião das lideranças para avaliar a possibilidade de encurtar o prazo para a eleição do próximo presidente para o “mandato tampão”. Para tal, será necessário ter quórum nessa sexta-feira.

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Se, por um lado, muitos comemoram o movimento de Cunha, por outro, há opositores que ainda observam o cenário com um pé atrás. Na bancada petista, destaca-se a deputada Erika Kokay (DF), para quem a renúncia do peemedebista à presidência da Câmara é um gesto benéfico ao atual governo. “Cunha é o bode na sala. Renúncia da presidência é para golpistas colocarem outro nome na Câmara e fazer pacote de Maldades do Temer andar”, escreveu em sua conta no microblog Twitter. “É importante que o povo saiba: renúncia de Cunha da presidência da Câmara é acordo com Temer golpista para ele salvar seu mandato”.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.