“A gente finge que está no governo. E eles também”, diz Cunha sobre PMDB

Em entrevista ao jornal O Globo, presidente da Câmara dos Deputados admitiu relação ruim com o governo e afirmou que não há ministério relevante para o partido

Lara Rizério

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Em entrevista ao jornal O Globo no último domingo (29), o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha negou que ele e o presidente do Senado, Renan Calheiros, tenham tomado conta do Brasil, apesar de considerar que Dilma Rousseff se cercou de pessoas fracas.

E deu uma declaração polêmica, ao afirmar que o PMDB finge que é governo e o PT finge que acredita. “Os ministros do PMDB não têm ministério relevante. Sempre foi assim. Na prática, a gente finge que está lá. E eles fingem também.”

Ao negar que ele e Renan tenham tomado o comando, Cunha falou: “quem tem a caneta? É ela. Quem edita medidas provisórias? É ela. Quem libera o orçamento? É ela. Quem nomeia e indica a cargo? É ela. Então é ela quem governa”.

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O presidente da Câmara também afirmou que o Palácio do Planalto tenta enfraquecer o Congresso, com a Operação Lava Jato. “Ficou claro e nítido que eles estavam fazendo uma opção de enfraquecer a todos nós”.

Além disso, ele chamou a tentativa do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, que tenta recriar o PL, de “Operação Tabajara”. “Se deram corda para o Kassab, quem deu a corda é que está errado”, disse Cunha e afirmou que foi uma tentativa clara de atingir o PMDB.

Perguntado se pensa em assumir a presidência da República, quando Dilma Rousseff e o vice Michel Temer se ausentarem do País, Cunha foi irônico. “Se o Cid Gomes ainda fosse ministro, eu podia demitir o Cid. Mas não vou poder nem demitir o Cid”.

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Cunha ainda afirmou que não há crise gerencial no Brasil, mas sim inércia na comunicação.

“Ele [o governo] pode até estar gerenciando, mas não comunica o que está fazendo. Eu acho que o governo passa a sensação de estar parado. Ou de não ter o que fazer. A Petrobras foi responsável por 1% do PIB de perda este ano. A Petrobras está parada”.

Por outro lado, Cunha afirmou que não acha que Dilma está parada, quando perguntado se a presidente está conseguindo governar: “acho é que está todo mundo no meio de uma crise política que não acaba”.

Sobre a Lava Jato, em que é um dos alvos da investigação, Cunha ainda falou sobre o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. “Estou em guerra aberta com o Janot. Vamos ver até que nível ele vai”.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.