“A democracia prevaleceu”, diz Joe Biden em seu primeiro discurso como presidente dos EUA

"A política não precisa ser fogo que queima e destrói tudo em seu caminho. Nós precisamos ser diferentes disso. Nós precisamos ser melhores que isso", disse

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O democrata Joe Biden tomou posse nesta quarta-feira (20) como o 46º presidente do Estados Unidos e em seu primeiro discurso reforçou a ideia de um país unido em seu governo, como já falava desde a campanha, prometendo ser um “presidente para todos os americanos”.

“Neste solo sagrado onde, há apenas alguns dias, a violência procurou abalar os próprios alicerces do Capitólio, nos reunimos como uma nação, sob Deus, indivisível, para realizar a transferência pacífica de poder como temos feito por mais de dois séculos ”, disse Biden.

“Aprendemos novamente que a democracia é preciosa”, afirmou o presidente. “E agora, meus amigos, a democracia prevaleceu”, completou.

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O democrata lembrou da divisão que os EUA vive atualmente e disse que os americanos terão que confrontar os movimentos extremistas e que a união é o único caminho para “restaurar a alma americana”.

“Eu sei que falar de unidade pode soar para alguns como uma fantasia tola nos dias de hoje […] Sei que as forças que nos dividem são profundas e reais, e também sei que não são novas”, afirmou Biden.

“A política não precisa ser fogo que queima e destrói tudo em seu caminho”, continuou o presidente. “Nós precisamos ser diferentes disso. Nós precisamos ser melhores que isso”.

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“Temos que nos unir para enfrentar nossos inimigos: raiva, ódio, extremismo, violência, doença, desemprego e desesperança”, disse.

Biden ainda falou sobre o desafio do combate à pandemia do coronavírus. “No trabalho que temos pela frente, vamos precisar uns dos outros. Precisamos de todas as nossas forças para perseverar neste inverno sombrio ”, disse. O presidente tentará implementar uma ampla, já tendo anunciado uma pacote de US$ 1,9 trilhão para combater a Covid-19.

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Ele ainda comentou o cenário de fake news e desinformações espalhadas não só pela população, mas até mesmo por integrantes do governo. Em seu discurso, Biden afirmou que o país deve “rejeitar a cultura onde os próprios fatos são manipulados e até fabricados”. Ele pediu aos americanos que “defendessem a verdade e derrotassem as mentiras”.

Citando os perigos da supremacia branca e do terrorismo interno, bases da invasão do Congresso por apoiadores de Trump em 6 de janeiro, Biden prometeu colocar “sua alma inteira” na tarefa de unir o país contra a “raiva, o ressentimento, o extremismo, a violência, doenças e o desemprego”.

“Com união, podemos fazer grandes coisas, podemos colocar pessoas em bons empregos, colocar nossos filhos em boas escolas, podemos superar esse vírus mortal e fazer a América ser de novo uma força pelo bem no mundo”, ressaltou.

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O presidente lembrou que as forças que dividem o país são “profundas” e que a batalha contra a desunião é “perene”. “Mas podemos nos tratar com dignidade e respeito, podemos juntar forças, parar de gritar e diminuir a temperatura. Esse é o nosso momento histórico, e a união é o caminho”, disse.

O mandatário ainda mandou um recado para a comunidade internacional e prometeu reparar as alianças fragilizadas durante os quatro anos de Trump na Casa Branca, mas sem nunca mencionar seu antecessor nominalmente.

“Não vamos liderar pelo exemplo do nosso poder, mas sim pelo poder do nosso exemplo”, disse Biden, antes de pedir uma oração silenciosa pelos 400 mil mortos na pandemia do novo coronavírus nos EUA. Devido à crise sanitária, a cerimônia de posse não teve presença de público.

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(Com ANSA)

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.