35 deputados apoiam afastamento de Cunha da presidência da Câmara; PT lidera lista

Logo após a formalização da denúncia contra o peemedebista, deputados de dez partidos apresentaram alegação de que a situação "expõe o Parlamento brasileiro e torna insustentável a sua permanência na Presidência da Casa"

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Uma semana após sua divulgação, o manifesto contra a permanência de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na presidência da Câmara dos Deputados já conta com o apoio de 35 dos 513 deputados em exercício do mandato até a tarde desta quinta-feira (27). O grupo representa 6,8% de toda a casa legislativa e tem o PT como partido com mais adesões: 18 de seus 63 membros de bancada assinaram o documento produzido por parlamentares da sigla em parceria com psolistas.

O manifesto que pede o afastamento de Cunha foi produzido logo após a apresentação da denúncia contra o peemedebista pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot ao Supremo Tribunal Federal, como parte dos desdobramentos da Operação Lava Jato, que investiga escândalos de corrupção ligados à Petrobras (PETR3; PETR4). O atual presidente da Câmara é acusado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com o documento assinado por Janot, Cunha teria pedido US$ 5 milhões em propina para Júlio Camargo, ex-consultor da Toyo, em troca de favorecimento em contratos para o aluguel de navios-sonda com a Samsung Heavy Industry.

Logo após a formalização da denúncia, deputados de dez partidos apresentaram sua alegação de que a situação “expõe o Parlamento brasileiro e torna insustentável a sua permanência na Presidência da Casa”. As siglas que tem representantes envolvidos na causa são: PSOL, PT, PSC, PSB, PPS, PDT, PMDB, PR, PTB e PROS. De acordo com balanço divulgado por parlamentares do PSOL, até esta quinta, assinaram a lista: Adelmo Carneiro Leão (PT-MG), Alessandro Molon (PT-RJ), Arnaldo Jordy (PPS-PA), Chico Alencar (PSOL-RJ), Chico D’Angelo (PT-RJ), Clarissa Garotinho (PP-RJ), Edmilson Rodrigues (PSOL-PA), Eliziane Gama (PPS-MA), Erika Kokay (PT-DF), Givaldo Vieira (PT-ES), Glauber Braga (PSB-RJ), Heitor Schuch (PSB-RS), Helder Salomão (PT-ES), Henrique Fontana (PT-RS), Ivan Valente (PSOL-SP), Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE), Jean Wyllys (PSOL-RJ), João Daniel (PT-SE), Jorge Solla (PT-BA), José Stedile (PSB-RS), Julio Delgado (PSB-MG), Leonardo Monteiro (PT-MG), Leônidas Cristino (PROS-CE), Leopoldo Meyer (PSB-PR), Luiz Couto (PT-PB), Luiza Erundina (PSB-SP), Marcon (PT-RS), Margarida Salomão (PT-MG), Moema Gramacho (PT-BA), Padre João (PT-MG), Pedro Uczai (PT-SC), Sergio Moraes (PTB-RS), Silvio Costa (PSC-PE), Valmir Assunção (PT-BA) e Waldenor Pereira (PT-BA).

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Relembre o manifesto publicado há uma semana:

EM DEFESA DA REPRESENTAÇÃO POPULAR

A denúncia contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, por corrupção e lavagem de dinheiro, apresentada pela Procuradoria Geral da República, é gravíssima. Com robusto conjunto probatório, ela não apenas reforça as informações sobre o envolvimento de Cunha no esquema criminoso investigado pela Operação Lava Jato, como expõe o Parlamento brasileiro e torna insustentável a sua permanência na Presidência da Casa.

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O Ministério Público acusa Eduardo Cunha de corrupção e lavagem de dinheiro – referente ao recebimento de US$ 5 milhões de um lobista e outras milionárias transações. Apurou-se também que Cunha se utilizou de requerimentos de informação para chantagear empresários que estariam com parcelas de propina em atraso – requerimentos esses originados em seu gabinete e assinados pela então deputada Solange Almeida.

A diferença da condição de um investigado em inquérito para a de um denunciado é notória. Neste caso, Cunha é formalmente acusado de ter praticado crimes. Com a denúncia do Ministério Público, a situação torna-se insustentável para o deputado, que já demonstrou utilizar o poder derivado do cargo em sua própria defesa.

Exercer a Presidência da Câmara dos Deputados exige equilíbrio, postura ética e credibilidade. A responsabilidade de dirigente maior de uma das casas do Poder Legislativo é incompatível com a condição de denunciado. Em defesa do Parlamento, clamamos pelo afastamento imediato de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara dos Deputados.

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Parlamentares do PSOL, PSB, PT, PPS, PDT, PMDB, PR, PSC, PROS, PTB.

Brasília, 20 de agosto de 2015.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.