Verde projeta lucros maiores nos EUA e defende contexto positivo para Bolsa no Brasil

Casa considera "ruído" a polêmica em torno da Petrobras nos últimos dias, e mantém alocação em ações locais

Bruna Furlani

Luis Stuhlberger (Foto: Germano Lüders)

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Após nova temporada de balanços nos Estados Unidos, a Verde Asset Management, gestora do renomado Luis Stuhlberger, defendeu que vê continuidade no crescimento dos lucros das empresas americanas, turbinada pelas companhias mais ligadas à inteligência artificial.

Em carta mensal divulgada na última segunda-feira (11), a gestora disse que manteve uma aposta comprada (que se beneficia da valorização) em ações globais. Por outro lado, a Verde destacou que tem evitado grandes alocações aplicadas (que se beneficiam do recuo) em juros americanos, por não ver uma “grande assimetria”.

“Nos parece que, nos níveis atuais, o mercado já retirou boa parte do prêmio de cortes que tinha na virada do ano, e acreditamos que os dados de inflação de janeiro não são
um início de recrudescimento do processo inflacionário global, e sim fruto de uma sazonalidade específica”, destacou a gestora.

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Em fevereiro, a casa teve perdas com apostas em juros globais e também aproveitou para zerar posições em juros japoneses. Por outro lado, a gestora seguiu com uma pequena alocação em petróleo e posições que se beneficiam do recuo do minério de ferro, por meio de opções.

A exposição a crédito high yield (maior risco e retorno) local e global também permaneceu inalterada. Já em moedas, a casa manteve posições compradas em real, peso mexicano e rúpia indiana, financiadas por alocações que se beneficiam da desvalorização do euro, franco suíço, renminbi chinês e dólar de Taiwan.

Já no Brasil, a Verde afirmou que o país manteve sua “dose de ruídos” nos últimos meses, com destaque para os que envolvem a Petrobras (PETR3;PETR4), que foi o tema desta semana. A gestora, porém, defendeu que há poucas novidades em termos de sinais relevantes neste momento.

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As ações da petroleira sofreram forte recuo nos últimos dias após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se mostrar contrário à política de pagamento de dividendos robustos da estatal. Também pesou sobre a companhia a decisão da própria empresa de não pagar dividendos extras aos acionistas, que foi anunciada na quinta-feira (7).

Em fevereiro, o fundo manteve sua alocação em Bolsa Brasil, além de uma posição aplicada em juros reais por aqui. A novidade foi a montagem de uma alocação que se beneficia do recuo dos juros prefixados.

Na carta, a Verde defendeu que o contexto atual é “positivo” para ativos brasileiros. Segundo a casa, a conta corrente brasileira permaneceu com um “excelente equilíbrio”, a inflação bem comportada e as perspectivas de crescimento para o ano podem ser ajustadas para cima, caso se confirme um ciclo de crédito mais robusto, e as contas fiscais no curto prazo sigam em situação “razoável”.

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Em fevereiro, o Verde trouxe um retorno de 0,89%, contra 0,80% do CDI. Já no acumulado do ano, o fundo apresenta ganhos de 0,62%, abaixo dos 1,78% da taxa de referência no período.