URET11: novo ETF de REITs, equivalentes americanos dos fundos imobiliários, estreia na B3 nesta terça-feira

Este é o segundo ETF do segmento na Bolsa brasileira, oferecendo ao investidor acesso a 158 empresas do mercado imobiliário americano

Katherine Rivas

(Getty Images)

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(A matéria foi atualizada para ajustar o valor da taxa de administração do ETF URET11, que é de 0,38% ao ano, e não 0,34% ao ano)

Um novo ETF – fundo de índice com cotas negociadas na Bolsa – focado no segmento de Real Estate (REITs, equivalentes aos fundos imobiliários americanos) estreia na B3 nesta terça-feira (22).

As cotas do Trend ETF FTSE US Reits Fundo de Índice serão negociadas com o código URET11, a partir de R$ 10, e estarão disponíveis a todos os investidores, incluindo pessoas físicas.

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Este é o segundo ETF de REITs a ser listado na B3. Em outubro de 2021, estreou o primeiro, o ALUG11, da gestora Investo. Com o URET11, a Bolsa brasileira contará agora com 63 ETFs de renda variável.

O ETF URET11 permitirá ao investidor ter acesso a 158 empresas do setor imobiliário americano, detentoras de mais de 500 mil propriedades. Em conjunto, as 158 empresas representam um valor de mercado de US$ 1,485 trilhões. O ETF é gerido pela XP Asset.

Henrique Sana, especialista de investimentos indexados e alternativos da XP Investimentos, explica que o ETF URET11 vai replicar o índice FTSE Nareit Equity REITS Index. Para isso o URET11 vai investir parte do seu patrimônio em cotas de outro ETF listado na bolsa de Nova Iorque, o iShares Core U.S. REIT ETF (USRT).

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A taxa de administração do URET11 é 0,30% ao ano, enquanto a taxa do ETF iShares Core U.S. REIT ETF é de 0,08% ao ano. No total, o investidor terá um custo de 0,38% em despesas pelo ativo.

Uma cesta de 500 mil propriedades

O ETF URET11 vai investir apenas em ativos de tijolo, ou seja, REITs que tenham um imóvel físico dentro do portfólio. Segundo Sana, o ETF não deve investir em ativos imobiliários financeiros ou CDOs (produtos de securitização de dívida), nem em outros tipos de derivativos.

A cesta do índice dá acesso a 14 setores no segmento imobiliário. O de maior peso é o de imóveis residenciais, com 16,37% de participação no índice.

É possível encontrar também os REITs de infraestrutura – representados na sua maioria por torres de celular que são alugadas para empresas de telecomunicações – com 15,44% de peso na cesta de ativos. Na terceira posição está o segmento industrial, com 13% de peso, representado por centros de distribuição logística, locais de produção de insumos, entre outros.

Ainda entre os maiores pesos é possível encontrar imóveis do setor da saúde, com 8,53% de participação na cesta.

Entre as dez principais empresas, que reúnem as propriedades onde o ETF investe estão: Prologis, American Tower Corp, Crown Castle, Equinix, Public Storage, Simon Property Group, Digital Realty Trust, Realty Income, Welltower e SBA Communications. Estas representam 40,39% do índice.

Sana afirma que a cesta de ativos é revisada trimestralmente – em março, junho, setembro e dezembro – quando pode entrar ou sair algum ativo do índice. Já mensalmente ocorre um rebalanceamento, com ajuste das posições do índice de acordo com o valor de mercado de cada empresa e free float – percentual de ativos em livre negociação.

Custos e dividendos

Diferente do seu concorrente, o URET11 chega ao mercado com uma taxa de administração praticamente 50% menor – de 0,38% ao ano, contra 0,60% do ALUG11. No caso do fundo da Investo, a taxa do ETF da gestora é de 0,48%, somada a uma taxa de 0,12% do ETF original, o Vanguard Real Estate.

“Nosso principal diferencial é acessibilidade de preço e de taxas de administração”, diz Sana. As cotas, por exemplo, chegam ao mercado com o valor de R$ 10.

O ETF URET11 tem uma taxa de retorno em dividendos (dividend yield) de 2,8% ao ano. Contudo, no Brasil, as regras impedem que ETFs distribuam dividendos aos investidores. Desta forma, os proventos pagos são reinvestidos no patrimônio do ETF e o investidor pode se beneficiar com a valorização da cota.

Além disso, o investidor precisa lembrar que os ETFs sofrem tributação de imposto de renda de 15% sobre o ganho de capital e 20% para operações de daytrade.

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Katherine Rivas

Repórter de investimentos no InfoMoney, acompanha ETFs, BDRs, dividendos e previdência privada.