ETF que acompanha desempenho de fundos imobiliários americanos, os REITs, estreia na B3

O fundo de índice ALUG11 replica o desempenho do maior ETF de REITs da bolsa de Nova York, com US$ 45 bilhões sob gestão

Mariana Zonta d'Ávila

(IR_Stone/ Getty Images)

SÃO PAULO – Começa a ser negociado nesta sexta-feira (29) o primeiro fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) de REITs, os fundos imobiliários americanos, da Bolsa brasileira.

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Sob o código ALUG11, o fundo replica o desempenho do ETF Vanguard Real Estate (VNQ), negociado na bolsa de Nova York e o maior do setor nos Estados Unidos, com US$ 45 bilhões em ativos sob gestão.

“O fundo permite investir em tipos de imóveis a que o brasileiro não tem acesso hoje. No Brasil, a grande maioria dos FIIs são dos segmentos de lajes corporativas e shoppings, por exemplo. No mercado americano, há empreendimentos industriais, de data center, torre de celular, hospitais, entre outros”, afirma Cauê Mançanares, CEO da Investo.

O fundo acompanha o índice MSCI US Investable Market Real Estate 25/50 Index, formado por 174 empresas do mercado imobiliário americano (REITs), nas quais o ETF investe.

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Em novembro do ano passado, a XP lançou o primeiro ETF de fundos imobiliários do Brasil, o Trend ETF Ifix, negociado sob o código “XFIX11”. O produto replica o desempenho do Ifix, índice que acompanha a trajetória dos principais FIIs negociados na B3. Não havia no mercado, contudo, um ETF que acompanhasse o mercado imobiliário americano.

Carteira

Entre as maiores posições do ALUG11 estão fundos especializados, como aqueles com ativos de self-storage (boxes para armazenamento), por exemplo. Na sequência, com 15%, aparecem os fundos residenciais e depois, fundos industriais, com fatia de 11%.

“Além do acesso ao mercado americano, o investidor consegue diversificar do risco-Brasil, por meio de investimentos em dólar. São ainda ativos de qualidade, geradores de caixa e de renda”, afirma o executivo.

Com taxa de administração de 0,48% (mais 0,12% do ETF original, o Vanguard Real Estate) e preço inicial da cota de R$ 50, o ALUG11 possui exposição à variação cambial.

“Em meio à alta dos juros, investir em produtos descorrelacionados da taxa Selic e com exposição ao dólar faz total sentido”, destaca.

FIIs x REITs

Conhecidos pela sigla REITs (Real Estate Investment Trust), os FIIs americanos foram criados na década de 1960 (no Brasil, a maior parte começou a ser negociada em Bolsa a partir de 2008). A maioria (93%) corresponde aos chamados “equity REITs”, equivalentes aos nossos fundos de “tijolos”, nos quais a empresa imobiliária detém ou administra uma propriedade voltada para a geração de renda.

Para qualificar-se como um REIT, uma empresa deve ter a maior parte de seus ativos e rendimentos ligados ao investimento imobiliário e distribuir pelo menos 90% de seu lucro tributável aos acionistas anualmente na forma de dividendos – no Brasil, o percentual é um pouco maior, de 95%.

Além disso, os fundos imobiliários americanos precisam cumprir algumas regras, como ser administrados por um conselho de diretores ou administradores (trustees); ter um mínimo de 100 acionistas após seu primeiro ano como REIT; não ter mais de 50% de suas ações detidas por cinco ou menos pessoas ao longo da última metade do ano tributável.

Eles são obrigados ainda a investir pelo menos 75% de seus ativos totais em ativos imobiliários e caixa, e derivar pelo menos 75% de sua receita bruta de fontes relacionadas a imóveis, incluindo aluguéis e juros de hipotecas.

ETF de empresas globais

Na semana passada, os investidores brasileiros passaram a ter disponível para investimento um novo ETF, o WRLD11, também da Investo, que permite a exposição a mais de 9 mil empresas ao redor do mundo.

“A economia global está se desenvolvendo como um todo e o fundo permite ao brasileiro participar do crescimento dessas empresas, independente de onde elas estejam”, afirma Mançanares.

O fundo replica o desempenho do ETF VT (Vanguard Total World Stock), listado na bolsa de Nova York, que acompanha o índice FTSE Global All Cap Net TR US RIC.

Nos Estados Unidos, o VT possui cerca de US$ 30 bilhões sob gestão e investe em mais de 9 mil empresas do mundo todo, englobando mercados desenvolvidos e emergentes.

Mançanares conta que as maiores posições do ETF estão nos Estados Unidos, dada a relevância da economia norte-americana no mundo. Com relação aos setores, tecnologia possui peso da ordem de 25%, enquanto o financeiro aparece na sequência, com 16%. Há, contudo, empresas desses setores de diversos países do mundo, diz.

Também com exposição cambial, o fundo tem taxa de administração de 0,30%.

Mercado em alta

O mercado de fundos de índice tem crescido no último ano, em um movimento de ampliação da diversificação do portfólio diante do ambiente de juros mais baixos.

De acordo com dados da B3, o volume anual negociado de ETFs entre pessoas físicas cresceu de cerca de R$ 600 milhões, em 2019, para mais de R$ 1,4 bilhão, em setembro deste ano.

O patrimônio líquido da indústria de ETFs, por sua vez, já sobe cerca de 37% em 2021, até setembro, para R$ 52 bilhões.

Quando analisados os ETFs internacionais listados na Bolsa brasileira, que eram apenas quatro em 2020, o número subiu para a casa dos 20.

Além de REITs, investidores têm acesso a produtos que replicam a performance de criptomoedas, commodities e desempenho de diferentes países, como China e Estados Unidos, além de fundos que acompanham o desempenho de setores específicos, como tecnologia.

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